Mês passado, nessa seção, falei de uma grande paixão, que é escrever. Esse mês, escrevo sobre o que talvez seja o maior de todos os meus casos de amor: a minha relação com a música.
É até comum encontrar pessoas que se dizem musicais, entendedoras do tema, que sabem trocentas bandas, decoram vocalistas, vidas de artistas, etc. Mas será que todos conseguem sentir?
Música boa é a que toca nossa alma. É a melhor das definições possíveis. Independente de estilos, de rótulos ou invólucros, o que realmente importa é a sensação que ela consegue despertar em nós. Quem se emociona com um sertanejinho bem arrojado, ou um forró estilizado tão típico do nordeste, com o axé baiano ou com o rock classicão não precisa fundamentar o sentimento. A música tem essa capacidade: aguçar nossos sensoriais. Fazer-se presente não apenas na audição, mas tomando conta de todos os sentidos humanos.
Música boa é aquela que te dá prazer. Aquele prazer quase orgásmico, orgânico e transcendental. Eu gozo ouvindo melodias perfeitas. Excito-me quando os arranjos sonoros se encaixam perfeitamente com a poesia, numa harmonia doce e quase sexual.
Música boa desperta emoções. Faz rir, faz dar gritos de alegria, chorar, sentir revolta, despertar nossos instintos e nos embalar de acordo com seus acordes. A ideia é de que a trilha sonora é quem nos segue, nunca o contrário. As pessoas mais "musicais" devem entender que não são assim por escolherem - é como um dom divino, parecidíssimo como os que os poetas tem, esse da música lhes procurar nos momentos mais propícios e indicados pelo coração.
Música boa é pra sempre! Atemporais. Não há - pros de coração musical puro, necessidade alguma de datar quando tal música foi criada ou quando fez sucesso (eu faço isso, confesso, mas por hobby, não necessidade...rs). Música boa não tem tempo nem ano. Só pros que só gostam de "modismos" rasos e descartáveis - esses não tem nem capacidade de sentir o que a música pode proporcionar, pois o prazer se faz momentâneo e substituível tão logo por outro sucesso rasteiro.
Música é amor. Duvidam? Experimentem associá-los. Quando se ama e se tem música por perto, as coisas ficam mais deliciosas e o casal de imediato elege a "trilha sonora do namoro". Não é por acaso que tantas novelas e filmes fizeram mais sucesso devido a trilha sonora do que pelo enredo propriamente. Às vezes, acreditem, os temas dos personagens condicionam-lhe os rumos nas tramas!
Eu nunca poderei me dissociar da música. Desde pequeno, sempre estive às voltas com os discos do meu avô, olhando contra-capas, lendo as letras da música, ou escutava "de butuca' as radiolas da minha irmã e da minha tia. passava hooooooras ouvindo rádio com as empregadas, prestava atenção nas músicas das novelas, esperava que lançassem a propaganda das trilhas sonoras pra eu saber quem estaria, adorava ver participações especiais dos cantores em programas infantis que assistia...e eu nunca deixei dessa "verve". Lembro com emoção do primeiro micro system que ganhei, aos 11 anos, e que foi protagonistas de inúmeras tardes de solidão minha, junto a meus lps, fitas cassetes, cds (Cranberries, "Ode To My Family", o primeirão). Como podem ver, afastar-me disso seria uma morte.
Tudo que eu faço envolvo música. Sempre que escrevo uma história, já penso na trilha sonora. Quando faço um blog, mesmo sem querer, acabo deixando a parte musical falar bem mais alto. Tanto que hoje tomo conta de um blog só de música. Não tem jeito mesmo (risos).
Enfim...já existe, nos confins do mar que é a internet, soltas, frases diversas sobre o conceito e música e qual sua importância para o mundo, mas eu encerro isso aqui com uma de minhas preferidas, proferida por ninguém menos do que um dos seres mais musicais que já vi na vida.
Muita música a todos! :)
"Se a música tem mesmo alguma função, é a de sublinhar a vida da gente"
Zélia Duncan
TH - Perfect!
Um comentário:
a música é a forma com que deus fala conosco!
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