quinta-feira, 29 de outubro de 2009

TH NEWS FLASHES XVIII [Cavernando]


Imagina os homens encerrados em
morada subterrânea e cavernosa que dá entrada livre à luz em toda extensão. Aí, desde a
infância, têm os homens o pescoço e as pernas presos de modo que permanecem imóveis e
só vêem os objetos que lhes estão diante. Presos pelas cadeias, não podem voltar o rosto.
Atrás deles, a certa distância e altura, um fogo cuja luz os alumia; entre o fogo e os cativos
imagina um caminho escarpado, ao longo do qual um pequeno muro parecido com os
tabiques que os pelotiqueiros põem entre si e os espectadores para ocultar-lhes as molas dos
bonecos maravilhosos que lhes exibem. Sócrates

Para uma pessoa tão "aberta" como eu, constato hoje que é preciso dispor muito de nosso tempo na caverna. Estados de introspecção são absolutamente necessários para podermos enxergar melhor as coisas. Sem ninguém por perto, temos capacidade de aprender com o vazio. E acreditem: nossa sombra, por vezes, é a melhor conselheira! E se não estamos falando de conselhos, podemos tê-la como parceira ideal para nossos silêncios, que, como bem sabem, são tão válidos como aquelas palavrinhas básicas que de vez em quando gostamos tanto de ouvir!
Eu comecei a confiar mais nos meus amigos depois dos 22 anos e desde então passei a compartilhar quase tudo com alguém, como se isso fosse uma necessidade básica que me fora privada há anos, desde a infância e adolescência, quando eu fui o garoto mais tímido e reprimido, na minha rua, na sala de aula, na família...
Logo, a ideia de "me fechar' dentro da concha na realidade é uma forma de regresso às origens. É um "reaprendizado", melhor dizendo, uma maneira de resgatar aquilo que fui e que sabia fazer tão bem. É um total desapego às pessoas, pra poder melhor refletir sobre meus próximos passos, sobre tudo o que conquistei, sobre o que ainda tenho a realizar, tendo como único prisma meus próprios limites. Sem acessos alheios, sem opiniões diversas, tentando manifestar unicamente minhas vontades, sem intervenções descabidas e que em muitos casos só atrapalham!
Percebo que, por mais que me abrir pras pessoas tenha me feito tão bem e até me tornado um ser humano melhor, que se aceita e que tem a convicção de não ser uma mera ilha, existe dois pesos e duas medidas. Eu me acomodei a isso, e me encontro apegado demais a quem eu gosto. É preciso se desgarrar pois a vida, em determinado ponto, irá exigir isso de mim. A ironia é que quando pequeno eu sempre quis fazer parte da turma dos descolados, dos desinibidos, extrovertidos, e me projetava no meu alter ego, o já famoso Thomaz, por essas bandas. Hoje, quando consigo ser sociável e fazer um montão de amigos, eu me pego querendo retroceder um pouco ao meu estado de isolamento. Difícil entender? Crescer tem dessas coisas...
Assim, no meu modo - muito particular - de ver, entrar na caverna representa alcançar um estado profundo de consciência sobre mim mesmo e sobre o mundo. Eu preciso muito ter um papo comigo, me dar uns bons safanões, puxões de orelha, lembrar-me de como minha abstenção, em alguns aspectos, era a melhor saída possível...caminhar pelos caminhos que fazia quando mais novo, à tarde, pensando na minha vida, em todos que fazem parte dela e se seus papéis estão sendo bem desempenhados...subjetividade mode on!
Então eu estou sacramentando, aqui, nesse post, meu regresso à caverna. Não será por muito tempo, mas durará o que preciso for pra que eu recoloque muitos pensamentos no lugar e arrume bem a casa. Não implica dizer que vou abandonar o blog, continuarei com ele e com suas músicas, citações, metáforas, mas deixando claro que a situação internamente aqui está em stand by pra auto-análise. Quero resgatar um pouco do TH que desde sempre se virou como pôde no exercício tão duro que é o de viver...


TH - Até já

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

PARCEIRA IX [Chryssie Hinde]

Sim, a sessão de minhas maiores inspirações femininas retornou...
E COM TODO GÁS! Trazendo uma das mais queridas musas roqueiras da adolescência...
Sim, ela mesma! A Rita Lee gringa...a Malu Mader por trás da guitarra...a Heloísa Helena do rock...! Defensora dos animais e dos corações partidos, mas que também tem recaídas essencialmente femininas e é capaz de cantar musiquinhas sobre o amor bem fofinhas e despretensiosas, como também altos gritos melancólicos, reacionários e de alerta para seu próprio filho que estava no fundo do poço por eventualidades com as drogas. Uma imagem de mulher madura, temperada com uma carreira bem linear e bem pouco popular (raros momentos, como as musiquinhas de dueto com a banda reggae-sarará UB40, Don't Get Me Wrong, I'll Stand By You e um clipe deboche de suas colegas, digamos, mais Popstars da música).
Minha paixão pela Chryss (sentiram a intimidade?)transcende a postura engajada...ela é cool! Passa uma impressão gostosa de irmã mais velha, daquelas que amam dar conselhos mas que não se portam tão exemplarmente para isso. As que tem um discurso na ponta da língua, mas que nem por isso deixam de virar alvo de condenações familiares...
Musicalmente, a conheci com a MTV, que pagava um pau danado pra ela no começo da década de 90, mas a carreira de sua banda, The Pretenders, teve início nos anos 70!
A cantora teve início, pasmem, como repórter! E hoje encontra-se meio que aposentada, decidindo ajudar ONGS com o dinheiro adquirido por sua forte contribuição de postura feminina no mundo da música. Até um apê em Sampa ela tem!
Seu DVD de clipes é um dos meus top em termos de reassistidos, e é bacana constatar que a psotura da banda e da vocalista/guitarrista se manteve intacta com o passar dos anos. Meu disco preferido, no entanto, por eu ter vivido muito aquela fase, foi um dos recentes - quer dizer, completou dez anos esse ano, no entanto, pra quem tem mais de 30 anos de carreira...Viva El Amor (1999) tem uma das músicas que mais dilaceram meu coração: Human...
Fiquem então com uma pequena amostra do que essa poderosa é capaz de fazer...lamento não ter seus clipes originais no Youtube, mas ao vivo ela tem o mesmo vigor do que demonstra em estúdio. Palavras de quem tem conhecimento de causa! ;)



It's just the night in my veins
Making me crawl in the dust again
It's just the night
Under my skin
Slipping it in

Hes got his hands in my hair
And his lips everywhere
Oh yeah
It feels good
Its alright
Even if its just
The night in my veins


1994 - THE PRETENDERS - The Night In My Veins


TH - Procurando resgatar esse espacinho aqui

terça-feira, 13 de outubro de 2009

PESCANDO O QUE DE MELHOR ELAS OFERECEM...


[Contrário às leis de Deus? I Don't Think So...]


HINDUÍSMO:

Não faças aos demais aquilo que não queres que seja feito a ti; e
deseja também para o próximo aquilo que desejas e aspiras para ti
mesmo. Esse é todo o Dharma, atenta bem para isso
(Mahabharata, apud. Rost, p.20; Campbell, p.52)

JUDAÍSMO:

Não faças a outrem o que abominas que se faça a ti. Eis toda a Torá. O
resto é comentário
(Hillel, apud. Shclesinger & Porto, p.26; Rost, p.69)

Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas
amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor
(Levítico 19:18)

ZOROASTRISMO:

Aquilo que é bom para qualquer um e para todos, para quem quer que
seja - isso é bom para mim... O que julgo bom para mim mesmo, deverei
desejar para todos. Só a Lei Universal é a verdadeira Lei
(Gathas, apud. Rost, p. 56)

BUDISMO:

Todos temem o sofrimento, e todos amam a vida. Recorda que tu também
és igual a todos; faze de ti próprio a medida dos demais e, assim,
abstém-te de causar-lhes dor
(Dhammapada, apud. Rost, p.39)

CRISTIANISMO:

Tudo aquilo, portanto, que quereis que os homens vos façam, fazei-o
vós a eles, porque isto é a Lei e os Profetas
(Mateus 7:12)

O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos
amei
(João 15:12)

ISLAMISMO:

Nenhum de vós é um verdadeiro crente a menos que deseje para seu irmão
aquilo que deseja para si mesmo
(Hadith, apud. Rost, p. 103; Campbell, p.54)

FÉ BAHÁ'Í:

Ó Filho do Homem! ...se teus olhos estiverem volvidos para justiça,
escolhe tu para teu próximo o que para ti próprio escolhes.
Bem-aventurado quem prefere seu irmão a si próprio... tal homem figura
entre o povo de Bahá'í
(Palavras do Paraíso; "Terceira" e "Décima" folhas do Paraíso)

WICCA:

Tudo o que você faz, seja positivo ou negativo, retorna para você três
vezes mais
(Lei trina)

CONFUCIONISMO:

Não ordene a outros aquilo que você não quer que seja ordenado a você
(Anacletos 15:23)

JAINISMO:

Na felicidade e no sofrimento, na alegria e na tristeza, respeite
todas as criaturas assim como respeita a si mesmo
(Lord Mahavir 24º Tirthankara)

ÍNDIOS NORTE-AMERICANOS:

Respeito por toda a vida é a fundação
(A grande lei da paz)

SIKHISMO:

Não esteja alienado dos outros, pois Deus mora em todos os corações
(Sri Guru Granth Sahib)

*pescado inteligentemente por um internauta amigo de uma amiga! Boas ideias são feitas pra serem passadas pra frente!

TH - Por um mundo menos preconceituoso;

terça-feira, 6 de outubro de 2009

BAILARINA DE PEDRA!


Quem me conhece, sabe que sou muito fã de LOST, a série. Uma narrativa completamente diferente de tudo o que já se viu fazer por aí, com uma maneira muito peculiar de se contar a estória. Traçando o paralelo presente intercalado com flashbacks e flashforwads, o seriado foi um marco, tornando-se intrigante por plantar inúmeras dúvidas na cabeça do telespectador, e a cada resposta encontrada, mais três perguntas eram lançadas, causando aquele nó na cabeça de seus fãs, que aliás, ADORAM isso!
Palmas para os produtores executivos Damon Lindolf e Carlton Cuse. Fãs confessos de Jornada nas Estrelas e outras histórias clássicas como Alice no país das maravilhas e O Pequeno Príncipe, nota-se clara referência a tais obras nos capítulos.
Sobre os mistérios, nada mais instigante do que perguntas do tipo: "o que é a ilha?' "o que são os números malditos?" "e o monstro da fumaça?", dentre muitas outras, que deverão ser elucidadas (espero) nesta sexta e derradeira temporada, prevista para estrear nos EUA em Fevereiro de 2010. Será que conseguirão dar cabo a tudo em 16 episódios apenas? Acredito que muita coisa vá ficar sem explicação, mas pra mim, a série é deveras satisfatória e me faz um bem tremendo acompanhar, pesquisar, rever, analisar e pescar todos os detalhes - alguns bem escondidos, inclusive, em seus episódios.
Lost não é só uma série de mistérios...o elemento humano está presente desde a primeira temporada, que se valeu primordialmente em apresentar seus personagens e expor seus motivos. Logo, uma infinidade de identificações era minada com a morte de vários deles ao longo das demais temporadas. Corria-se um tremendo risco gostar de determinado ator e vê-lo ser catapultado da série em algum momento. Elemento que, aliás, era um aditivo pra tornar a trama mais interessante ainda: quem vai morrer??
Eu gosto de vários personagens, mas quem me conhece sabe da minha tendência por gostar daqueles que não tem necessariamente grande destaque. Até dos secundários eu sou bem afeito, às vezes mais do que os próprios protagonistas. Pois bem, não me perguntem exatamente como, mas desde a primeira temporada minha personagem favorita é a Sun. Ela não é das mais queridas, tampouco tem o destaque que, ao meu ver, deveria ter, mas tentarei versar algumas linhas delineando seu perfil.
Coreana, mulher e filha de um magnata. Pra piorar, esposa de um marido que num determinado momento torna-se agressivo e machista ao extremo. Reunindo todas essas mazelas (aqui, o "coreana" só se torna mazela pois sabemos que a Coréia é um dos países mais machistas que existem), esperava-se uma personagem de postura submissa que inclusive vemos Sun assumir durante um bom tempo na ilha. Mas os nuances que os roteiristas souberam percorrer durante seus flashbacks mostraram que a garota tinha uma personalidade forte, escondida sob seu manto casto e tímido. Além do que, a série é enfática ao mostrar que Sun consegue, num piscar de olhos, transmutar sua conduta boa em má, de maneira bem rápida, comparada a outros personagens. Ela é a falsa retraída. E a culpa disso é a atitude transgressora que suas relações - sobretudo com seu pai, Mr. Paik, a obrigaram ter.
Os fins justificam os meios? Pois Sun sabe muito bem disso. Em The Glass Ballerina, episódio da terceira temporada, foi mostrado seu caráter quando desde pequena acusou a empregada de ter quebrado a Bailarina de Vidro - o caráter dúbio faz os fãs tentarem entender se fez isso por maldade ou foi a forma encontrada pra se safar do castigo de seu pai. Suas mentiras - sobretudo sobre a suposta paternidade de seu filho, seriam justificadas também? Como a série não tem nada de maniqueísta, fica a deixa pra seus seguidores tentarem decifrar suas razões. Já foi mostrada uma Sun abnegada (quando ela conclui com Juliet que seria melhor ela morrer do que seu filho não ser de Jin) e rude (querendo meter um balaço em Ben a qualquer custo); Ingênua (defendendo Sawyer, que foi quem a sacaneou) e desconfiada, postura mais constante ao longo de toda a série. Uma atitude sua bem perceptível e recorrente é a de se redimir sempre por seus erros. Alcançar perdão por intermédio de alguma forma de auto-punição por algo que ela fez...reflexo de sua criação?
Seu relacionamento com Jin teve muitas coisas a serem resolvidas - o casal na verdade já chegou na ilha com um monte de coisas para discutir, a relação estava num estágio muito difícil, e o caminho percorrido por ambos foi árduo, mas bem sucedido. O ciclo de ambos se fechou em Ji Yeon, episódio da quarta temporada onde eles, depois de colocarem tudo em cheque, finalmente alcançam a tão sonhada redenção mútua e se acertam, numa das mais belas cenas de Lost.
Os roteiristas, no entanto, estão devendo inúmeras cenas para Sun, sobretudo nessa quinta temporada, na qual a personagem fez mera figuração, com poucos momentos de destaque. Mas não foi apenas ela. Desmond teve sua participação na série bastante reduzida - e olha que ele foi bem destacado em temporadas anteriores! Refiro-me à Sun, além de ser fã, porque no fim da quarta temporada, quando ela saiu na ilha, abriu-se um precedente muito bacana pra que ela se tornasse outra personagem, mais linha dura, vingativa e nada frágil...isso de certa forma aconteceu, mas ficou mais na promessa e na sensação de "quero mais" por falta de cenas!
Vale destacar, ainda, o carisma e talento da atriz Yunjin Kim, e sua química com seu marido na ficção, vivido por Daniel Dae Kim (não, eles não são parentes na vida real!). A cena que Sun perde seu marido, em "There's No Place Like Home" foi de um realismo incrível, e impressionou a maneira como Yunjim interpretou, e logo a seguir se viu um Flash-Forward de seu encontro com o sempre perigoso Charles Widmore, batendo de frente com ele. Além do que, em entrevistas, nota-se que a atriz é super simples, alegando inclusive ganhar exageradamente por cada episódio que faz na série. Além de sorriso franco e um belo olhar que passa muito mais realidade,a lgo do tipo "sabedoria oriental". Já se tornou minha ídola!!
Pois bem...atualmente, na série, Sun está do lado do falso Locke, Ben, Richard Alpert e Lapidus, no Presente, enquanto os outros personagens estão no futuro. Sua obstinação a faz fazer tudo pra reencontrar seu marido, se isso for possível, inclusive deixando sua filhinha Ji Yeon na Coréia com sua avó, pra isso. O que o futuro da personagem nos trará? Cenas impactantes, com certeza, virão aí. Espero muito que os produtores nos brindem com ótimas cenas para Sun. Eu, Yunjin e demais fãs da coreana agradecem!


TH - Roendo as unhas de ansiedade!