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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

CALEM A BOCA, NORDESTINOS!



Por José Barbosa Junior

A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.
Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra… outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.
Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no Twitter: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”.
Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos “amigos” Houaiss e Aurélio) do nosso país.
E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!
Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!
Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?
Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?
Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?
Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos… pasmem… PAULISTAS!!!
E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.
Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca”
Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.
Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura…
Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner…
E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melodias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia…
Ah! Nordestinos…
Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?
Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.
Porque não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!
Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!
Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário… coisa da melhor qualidade!
Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso… mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!
Minha mensagem então é essa: – Calem a boca, nordestinos!
Calem a boca
, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.
Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.
Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!



TH - P-E-R-F-E-I-T-O

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

MADONNALESS



Antes de qualquer coisa, deixa eu me apresentar. Meu nome é Thiago Henrick (TH) e, a partir de agora, vou estar presente, com muito prazer, aqui no Portal Estilo Madonna. Minha missão será trazer conhecimentos de cultura pop e, claro, falar de Madonna, que é a expoente-mor do estilo musical no mundo, atravessando décadas sem deixar o brilho e a idade lhe desfocarem o auge.
Convém, prum início de conversa franco e descontraído, relatar como cheguei até aqui. Ironicamente, estreei no Estilo Madonna por... ter falado mal de Madonna! Agora em 2010, num blog meu, fiz uma severa análise a respeito de fãs descoordenados e cegos da moça. Acabou que uma simples crítica verteu-se num desabafo pessoal pela maneira com qual a americana (a mais inglesa que eu conheço!) vem conduzindo sua carreira, priorizando marketings e excesso de exposição desnecessária na mídia, nos últimos anos. Não foi uma boa ideia, pois recebi ataques furiosos de alguns fiéis e revoltados seguidores. Mexi mesmo num vespeiro! Só que houve dois saldos positivos em meio à confusão: minha estreia aqui e ter um conceito muito melhor sobre os fãs da cantora. Digo isso, pois conheci, felizmente, gente que ama a diva e que enxergou veracidade nos parágrafos do meu relato, sabendo concordar com eles e conseguindo – com muita diplomacia - me fazer ver em quais pontos eu estava exagerando ou generalizando. E é exatamente sobre esse tema que resolvi focar no texto de abertura: QUE TIPO DE FÃ DE MADONNA É VOCÊ?
Existem os fanáticos. Aqueles que não admitem fracassos ou a existência de opiniões discordantes (princípio básico de qualquer conversa civilizada). Podem até enxergar os defeitos da musa, no entanto já se predispõem a alardear os louros de sua carreira, numa espécie de “compensação”, a fim de comprovar, reiteradamente, o quanto Madonna é uma sumidade e pronto. Há ainda os fanáticos-cegos, que, acreditem, são bem piores e fazem valer mesmo o ditado já tão manjado: “o pior cego é aquele que não quer ver”. E cego não apenas de não visualizar defeitos, mas de se atrapalharem até na hora de ressaltar suas melhores qualidades. Dia desses, topei com um que disse que “Time Stood Still” é uma música muito “parada”... e que eu devia ouvir uns remixes super legais de American Life, Hung Up e Celebration, pra ver como Madonna faz música boa (...)
Existem os idiotas. Não há melhor classificação para estes, pois a pobreza dos argumentos beira ao fascismo e, além de não acatarem opiniões não lisonjeiras de seu ídolo, ainda copiam-na em tudo. Acham que o ato de esnobar é uma arte e inventam até um estilo blasé de se comunicar, achando o máximo serem iguais à diva. Zero para a falta de personalidade e bom senso.
Enfim, os lúcidos, que, depois do meu polêmico texto, acredito serem a maioria. Aqueles que reconhecem seus defeitos, que entendem que a moça não tem uma mera função contemplativa ou “material girl”, e sua importância deve ser relacionada, antes de tudo, por todas as barreiras que quebrou, pela posição alcançada na música pop feminina mundial, por ter dado o tapa certeiro na cara da Igreja Católica num momento adequado. Enfim, os fãs para os quais eu terei o maior prazer de, a partir de hoje, trocar ideias e experiências com a coluna.
Eu sempre bati na tecla de que fã de Madonna deve pensar. E que a moça tem capacidade de lançar trabalhos primorosos, sempre com intenções explícitas ou subliminares inseridas de alguma forma, nos seus vídeos, álbuns e shows. Trabalhos com alma me encantam. Quem lança um álbum equilibrado como Ray Of Light, onde a faceta intimista da cantora é perfeitamente harmonizada com a festa que todo o disco proporciona, além de ter letras muito bem dispostas num jogo legal de aspereza e profundidade, é alguém que merece respeito e credibilidade. Minha grande desavença é direcionada àqueles que não assimilam seus pontos baixos e menos “de auge”. Aos que só se interessam com status e posição alçada nas paradas.
No deserto de justificativas, fãs menos carimbados alegam “mais respeito”. Respeito? Como assim? Se Madonna respeitasse padrões da música Pop, ela jamais teria peitado a igreja como fez, ou criado um álbum tão conceitual e polêmico como Erotica. Se a própria nunca se justifica, porque não deixar que comentam suas peripécias na mídia, sem precisar fundamentar seus atos, às vezes de maneiras tão rasas
Então... Pensem, seguidores da musa. Tenham personalidade. Entendam que todo mundo já cometeu deslizes ou fugiu das convenções – quem sabe são essas pequenas transgressões que ajudam Madonna a dar sentido a seu tão significante papel para a música Pop
? E debatam sempre com propriedade e argumentos seguros. Mostrem que são capazes. Felizmente, eu já constatei que são 




TH - Madonna, quando você quer fazer, você faz!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

ACHO É TOME!


Stallone falou mal do Brasil? Chupa essa país. Aprende a valorizar produtos e medalhas nacionais e não apenas idolatrar o que vem de fora.
Ironicamente, vi essa notícia no mesmo dia em que constatei qual a frase do ano

“No Futebol, o Brasil ficou entre os 8 melhores do mundo e todos estão tristes. Na Educação é o 85º e ninguém reclama”.

Não, não sou xenófobo. É com pesar e grande lamento que constato a hipocrisia brasileira.


TH - :(

sábado, 17 de julho de 2010

DESEXEMPLO PARA PESSOAS DE BEM

Você também pensou, ao ver o título e a imagem, que se tratava de um texto contra adoção por homossexuais? Errou feio...
Existe a palavra "desexemplo"?
Se sim é como eu considero o projeto do Senado que visou proibir a adoção de menores por pares homoafetivos no Brasil. Desexemplo de cidadania, de humanidade, de tolerância, de dignidade, de respeito e de falta de irmandade - sobretudo da parte dos panfletários religiosos de botequim.
Eu, que tenho uma monografia que virou um livro semi-acabado sobre o tema, ainda não tenho palavras pra descrever o quanto este retrocesso me chocou. Ao contrário do que aconteceu, eu tinha esperanças que nesse ponto, o país ia pra frente - era o que apontava as pesquisas que fiz pro meu TCC em 2006, era a aposta da grande desembargadora Maria Berenice Dias, do Rio Grande do Sul, que muito me ajudou no meu projeto e as dicas da magistrada pontuaram bastante quando resolvi transformá-lo em livro depois.
Não adianta eu elencar a infinidade de prós que tenho nos meus materiais sobre a questão diante de uma sociedade que só insiste em ver os contras.
Não deveria estar surpreso, contudo. Era de se esperar quando se tem um povo cuja maioria se sente mais agredida em ver gays felizes do que com a Mulher Arroto e sua tamanha falta de bom senso em pleno horário nobre da Tv. Não sei vocês, mas eu conheço muito mais intolerantes com homossexuais do que pessoas evoluídas, que adquirem de imediato os valores de respeito ao próximo antes de pré-julga-lo baseado em seu pré-conceito (separado mesmo). As pessoas precisam, antes de estarem aptas a um debate justo sobre esses valores, resolver de imediato suas próprias contradições e seus dilemas mesquinhos, baseados no semi-puritanismo de araque.
Enfim...
Hoje sem mais texto...só lamentos.
Aliás, tem texto sim! Oportuno momento de citar o que acontece na Argentina, nossos declarados "rivais', mas que estão há anos luz na frente, neste aspecto.
E torçamos para que este seja apenas um abreviado incômodo, para podermos continuar a uma sociedade que deve mesmo ser igualitária, caminhando lado a lado com os avanços gradativos e sempre presentes.

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Aprovado o casamento entre pessoas do mesmo sexo na Argentina : um exemplo de cidadania plena

Toni Reis*

Depois de 14 horas de debate, o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi aprovado na Argentina na madrugada do dia 15 de julho de 2010, com 33 votos a favor, 27 votos contra e três abstenções. Uma mudança tão pequena de redação, com tanto significado para a igualdade de direitos. A reforma substitui as palavras “homem e mulher” da versão atual da legislação por “cônjuges”, permitindo assim que casais do mesmo sexo também possam contrair o matrimônio.

Congratulações à querida aliada Cristina Kirchner e seu governo, à câmara dos deputados, ao senado, às pessoas militantes LGBT, e a todo o povo argentino. Esta aprovação é um gesto de civilidade.

A Argentina agora, sem dúvidas, torna-se um país com mais igualdade e inclusão. Todos e todas são vitoriosos pela decisão histórica. Afinal, universalizou-se este direito.

Vocês, hermanos e hermanas, devem se orgulhar do feito. Vocês são o primeiro país a reconhecer a igualdade dos direitos humanos de pessoas LGBT em nossa região, onde existe ainda muito machismo e homofobia. E são o décimo no mundo a avançar nessa garantia. Agora vocês estão ao lado da África do Sul, Bélgica, Canadá, Espanha, Holanda, Islândia, Noruega, Portugal, Suécia e Suíça. Orgulhem-se!

Foi o maior debate na sociedade argentina desde a aprovação da lei do divórcio em 1987.

Do lado dos argumentos contra – muitos deles irracionais, ilógicos, retrógrados, conservadores e fundamentalistas – disseram que somos inférteis, filhos do diabo, desviados, antinaturais, pervertidos, abomináveis, projeto do demônio, que queríamos destruir a família tradicional, e implantar a filosofia de Sodoma e Gomorra; seria o apocalipse, um “risco para o futuro da pátria”, iríamos acabar com a perpetuação da espécie... Como bem resumiu a presidente Cristina Kirchner, "o discurso da igreja recorda os tempos da inquisição e das cruzadas".

Também, não vamos tripudiar os vencidos. Afinal, qual deles ainda ousam falar que a terra é quadrada ou que os negros não têm alma? Eles também vão mudar lentamente, daqui uns 500 anos talvez.

Venceu o discurso racional, lógico e sólido, a honestidade intelectual e liberdade de consciência, provando que esta lei é mais um instrumento de luta contra a discriminação. Venceu o estado laico e a secularidade do código civil.

Um fato importante é que apesar de ser uma iniciativa de duas parlamentares da esquerda, Silvia Augsburger e Vilma Ibarra, parlamentares de todas as matizes ideológicas e partidárias votaram e foram a favor do projeto.

Para ficar na história, seguem alguns dos argumentos a favor apresentados por parlamentares da situação e da oposição:

Ao apoiar a mudança, o líder do bloco da oposição radical, Gerardo Morales, afirmou que "chegou a hora de sancionar normas que se adaptem a novos modelos de vínculos familiares" e relembrou a existência de "modelos de famílias diferentes (aos) que tínhamos há 30 ou 40 anos". Segundo ele, apesar das polêmicas e disputas, "ganhou o debate cultural" no país, diante da participação da sociedade na discussão.

O senador socialista Rubén Giustiniani, que votou a favor da lei, disse que o perfil da sociedade argentina mudou e por isso era o momento da aprovação do texto. Segundo ele, dados oficiais indicam que 59% das famílias argentinas já não atendem ao perfil tradicional de pai, mãe e filhos. Mas de mães solteiras, casais separados e casais homossexuais.

"Hoje é um dia histórico. Pela primeira vez na Argentina se legisla para as minorias", afirmou o senador Miguel Pichetto, líder do bloco do governo, acrescentando que "aqui não haverá mais casamentos do mesmo sexo só porque aprovamos esta lei. O objetivo desta norma é eliminar a discriminação".

A senadora Victoria Blanca Osuna defendeu: "as questões que estão em jogo nesse projeto não são religiosas ou morais. Nós estamos perguntando a nós mesmos a responsabilidade da democracia com as minorias discriminadas".

Nas palavras do senador Eduardo Torres, "a única diferença entre gays e heterossexuais é que eles têm menos direitos na sociedade argentina. Nós não podemos aceitar a discriminação que ocorre em várias partes da sociedade.”

Já o senador Luis Juez, da opositora Frente Cívica, optou por apoiar o governo porque, mesmo cristão, entende que "nem na Bíblia há um parágrafo onde Cristo fosse contra os homossexuais". Ele lembrou que o código civil é "uma instituição laica, em um país laico. O Estado argentino passou a reconhecer a mudança social, e a projetou juridicamente.”

A senadora Maria Eugenia Estenssoro, da opositora Coalición Cívica, argumentou que o projeto é "necessário" para os casais do mesmo sexo. "Esta lei permitirá que os homossexuais possam assumir publicamente suas relações."

Com certeza, a comunidade LGBT brasileira está com “uma certa inveja arco-íris”. Aqui estamos sendo menos ousados, estamos pedindo somente a união estável, e mesmo assim estamos tendo a maior dificuldade com fundamentalistas religiosos. Vamos analisar e discutir esta nova conjuntura.

Não vamos desistir. Vamos nos inspirar na Argentina. Vocês venceram uma etapa importantíssima, agora sejam felizes e continuem lutando para mudar a cultura. A mudança das leis não quer dizer a mudança de cultura.

Para quem não foi escravo, a libertação da escravatura foi um fato histórico relevante. Mas para quem era escravo, foi a melhor coisa que aconteceu. Da mesma forma para nós LGBT, a aprovação do Casamento Civil é a abolição de uma das tantas discriminações imposta à nossa comunidade.

No Brasil pelo menos 78 direitos civis expressamente garantidos aos heterossexuais na legislação brasileira são negados aos homossexuais. Para isto, há uma possibilidade que a união civil poderá chegar aqui também, a partir de uma decisão do Supremo Tribunal Federal, que deve examinar a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 132-RJ e a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4277, nas quais se argumenta que negar o direito de união às pessoas do mesmo sexo viola os princípios constitucionais de igualdade. Nisto, já temos apoio do Presidente Lula e da Advocacia Geral da União.

É um absurdo que a essa altura da história nossa sociedade ainda esteja discutindo se deve ou não universalizar os direitos. Mas, apesar do poder de grupos religiosos fundamentalistas contrários à mudança, mais cedo ou mais tarde, a lei será aprovada no Brasil também, garantindo dignidade e combatendo a discriminação.

Como o Presidente Lula falou na abertura da I Conferência Nacional LGBT, “Ninguém pergunta a orientação sexual de vocês quando vão pagar Imposto de Renda, ninguém pergunta quando vai pagar qualquer tributo neste País. Por que discriminar na hora em que vocês, livremente, escolhem o que querem fazer com o seu corpo?”

A querida aliada presidente Cristina Kirchner resumiu tudo, estamos felizes e satisfeitos com a vitória.

Amores iguais, direitos iguais, nem menos, nem mais. Que viva a cidadania plena, sem discriminação de qualquer natureza. Que viva a Argentina, e que continue dando exemplo para o mundo de como devem ser tratadas as pessoas LGBT.

* Toni Reis

- convive com seu marido há 20 anos

- especialista em sexualidade humana

- mestre em ética e sexualidade

- doutorando em educação

- presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais

- diretor da Associação para a Saúde Integral e Cidadania na América Latina e no Caribe



TH - Esse sim, exemplo-mor de tudo

sexta-feira, 2 de julho de 2010

IT'S OVER?




Cabou-se. Será que podemos manter o espirito patriota e continuar nos orgulhando de outras "medalhas" nacionais, como nossa musica, nossas riquezas minerais e nossa solidariedade, por exemplo?
Eu queria que sim...


TH - Reaja, pátria!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

UFANISMO SOLIDÁRIO E HIPÓCRITA


O Brasil é mesmo um país de extremos. Recentemente testemunhei duas facetas bem distintas de nosso povo: a hipocrisia e a solidariedade.
Sobre a última, nem preciso me estender: muito feliz ao perceber o quão generoso e solidário foi o povo brasileiro no incidente ocorrido com as enchentes em Alagoas e Pernambuco. Não tenho do que reclamar nesse aspecto, as demais regiões realmente se mobilizaram para tentar ajudar os desabrigados e vítimas da tragédia.
Sobre ser hipócrita, a copa é a maior dessas provas. Nunca vi tamanha aleg(o)ria diante de algo como futebol. Nada aconteceria de forma semelhante diante de novo avanço tecnológico, diante de um UP na economia, diante de projetos de políticos realizados, nadinha.
Peço licença ao meu relato para reproduzir abaixo as palavras de meu amigo MCI, que, com muita propriedade, dissertou firme acerca do tema. Gostaria de, só pra fechar, dizer que vale sim ser brasileiro. Por tudo o que temos, nossa alegria, nossa carga cultural músico-folclórica, nosso bem estar genuíno e pluralidade de povos e raças. A crítica se faz construtiva pra chegarmos, um dia, a constituirmos um país ideal. ;)


E embora o futebol não seja, nem de longe, algo que "faz a minha cabeça", é necessário admitir que gosto da forma como as pessoas se irmanam em prol de um evento que, em tese, deveria servir para promover a prática esportiva de forma sadia e exemplar entre os povos. O que ODEIO, e devo igualmente frisar, é essa mania PAVOROSA que os brasileiros têm de SÓ SEREM BRASILEIROS DE QUATRO EM QUATRO ANOS, com A COPA. De só se orgulharem dos nossos verde e amarelo quando é pra torcer pelo futebol da seleção canarinho. Patriotismo a gente tem que ter é SEMPRE. Em todas as ocasiões em que isso nos for possível. Agradecer a Deus pelas nossas riquezas naturais, pelo nosso clima bom, pela fartura de nosso alimento, a simpatia e o carisma de nossa gente. Que o Brasil não é nenhum oásis todos nós sabemos, mas por que não trabalhamos para que o NOSSO SEJA UM PAÍS CADA VEZ MELHOR? Torcer pelo futebol pode até ter seu valor, mas eu ainda acho, com propriedade, que se o brasileiro gastasse mais tempo se INSTRUINDO do que se DIVERTINDO, nosso futuro poderia ser no mínimo mais JUSTO e SATISFATÓRIO para todos.
Enfim.
Enquanto o milagre não se opera, continuemos cantando e dançando, iludidos pelo circo do futebol - alucinógeno de proporções continentais.


TH - Brasileiro que veste a camisa deve comemorar TUDO, não apenas Copa

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O IMBATÍVEL TEMPO E SEUS CICLOS


Num mês em que um simples evento dá brecha pra que os pensamentos de TH se desdobrem, como não matutar acerca do que o tempo faz conosco?
Observando meus primos na última semana, em partidas de videogame, saídas turísticas ou nas horas e horas de prosa, ambos (Giovanni e Rafael, este último do Espírito Santo, passando férias cá) me mostraram que seus respectivos ciclos foram mais do que coerentes. Eles se aprimoraram, preservaram suas essências e venceram num dos campos mais críticos de nossa vida: o profissional. E o fizeram acertadamente, pois não se “venderam”: havia algo em suas infâncias que determinava o que eles seriam. E caminharam magistralmente nesse sentido.
É só olhar: Rafael sempre teve um comportamento mais calmo, filosófico e profundo quando pequeno. Era uma criança mais séria...nada mais adequado do que se tornar um sociólogo com uma bem estruturada carreira na educação estatal.
Giovanni sempre foi profundo conhecedor de tudo o que era eletrônico: ele sempre demonstrou interesse em máquinas, computadores, carros, aparelhos de última geração. Era batata acertar que ele seria um inovador da informática e consegue se impor num mercado tão competitivo e que requer muito talento e atualização.
Já que estou jogando na minha própria cara trajetórias de pessoas conhecidas, falemos mais da família: A Alê sempre demonstrou, desde pequena, interesse em ajudar as pessoas. Seu gênio forte já dava mostras de que pularia todos os obstáculos para ajudar as pessoas. Essa gentileza era comprada com muita briga e altivez – era a defensora dos fracos e oprimidos da rua. Dotada de uma inteligência quase sobrehumana, eu não enxergava outro caminho seu que não fosse a Medicina, à qual se agarra com unhas e dentes, tornando-se uma profissional hiper realizada e competente. O mesmo falo do meu irmão que tem sua falta de cultura descontada em sua grande inteligência para ciências exatas, facilidades com Matemática e Física, que lhe rendeu um bom tempo como professor particular e uma bem sucedida passagem pela tão complicada faculdade de Engenharia.
E indo mais adiante, meus pais: dois profissionais do campo da Agronomia, bem competentes no que fazem, e meu parâmetro profissional maior sempre será minha própria mãe. Com interesse em Meio Ambiente, ela consegue e muito bem cumular mais e mais trabalhos, compensando sua falta em outros campos (no campo fraterno, por exemplo) sendo uma exímia e talentosa trabalhadora.
Por que todos os exemplos citados? Pois analisei todo o progresso de cada um e percebi que todos têm algo em comum: não se traíram. Perseguiram suas sagas, apenas concretizaram o que lhes era devido ser. Foram sinceros consigo mesmos. E eis a conclusão mais esperada do texto: diferente do que eu fui.
Não sou um advogado. Nunca seria. Sequer deveria ter passado pela ciência jurídica. Não sou bom no que faço, e tive que aprender a gostar do ramo durante a faculdade pra não retroceder ante uma escolha equivocada. Mas ainda assim foi uma escolha, e arcar com ela até o fim seria meu dever. Por isso jamais voltei atrás. Formei-me. Advoguei por um bom tempo, tentei concursos...mas agora eu percebo que é totalmente verdade a máxima de “trabalhar com prazer” tão dita por todo mundo. É só olhar pros exemplos supracitados. Eu fico me perguntando: no cursinho no qual eu trabalho, eu vejo diariamente pessoas se matando de tanto estudar pra passar em cargos de concursos públicos que sequer imaginam se gostarão. Fazem por dinheiro. Busca por estabilidade econômica ou status social...
Eu fui bastante vulnerável ao ser dissuadido pela família sobre minha verdadeira vocação, que era ser jornalista. Pressão, essa é a palavra que mais se adéqua: “ser jornalista em Maceió é morrer de fome” “aqui só há corporativismo” “você tem que fazer Direito pois vai lhe dar mais dinheiro”. Sem dúvidas, pra alguém que, aos 17 anos, fraco de espírito e cursando a faculdade de Jornalismo, tais frases foram bem mais fortes, a ponto de me fazer largar a Universidade e adentra no campo jurídico. Um tiro no escuro. Um salto de paraquedas numa área que não tinha nada a ver comigo. Acredito que não tenho a arrogância, a sabedoria na base da enrolada ou o jogo de cintura de dar o ‘jeitinho brasileiro’ puxando saco de Juiz pra ajudar pessoas que na maior parte das vezes não reconhece ou mede seus esforços e lhe ridicularizam como se tudo fosse sua culpa. Sim, são eles, os insuportáveis clientes.
Certo. Era meu dever arcar com o ônus de uma escolha mal sucedida, no entanto até quando? Já estou há 4 anos formado e a sensação de tudo o que tento no campo profissional dá certo por um curto período, e depois desanda. Seria esse o resultado de não sentir prazer em trabalhar? Está na hora, mais do que na hora, de escolher algo com o qual verdadeiramente me identifique algo que seja meu, que me faça feliz apenas por fazer. Eu sei que vou ter que depender do mundo jurídico pra sobreviver até que eu possa alcançar esse objetivo ainda não definido, mas eu vou seguir as sábias palavras de uma pessoa amiga: se o mundo jurídico usa as pessoas, porque eu não posso usá-lo também? Querendo ou não, é o mais amplo, o que abre o maior procedente de possibilidades e oportunidades, e vou usá-lo completamente ao meu favor de escada pra resistir até chegar lá.
Eu sei o que gosto de fazer, e sei também que é um árduo caminho até chegar lá, mas...quem tem medo? Eu não sou mais o que chora e lamenta uma escolha má feita. Eu sou aquele que arca com sua conseqüência e procura novos caminhos pra navegar. A gente sempre acha o que procurar e lugares de busca, estão mais óbvios do que pensamos...
E a linha do horizonte nunca deve ser um ponto de fuga...


TH - Reflexões de verão

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

VERGONHA NACIONAL


CRÍTICA DE ARIANO SUASSUNA SOBRE O FORRÓ ATUAL

'Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!'. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, de todas bandas do gênero). As outras são 'gaia', 'cabaré', e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.

Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá:

Calcinha no chão (Caviar com Rapadura),
Zé Priquito (Duquinha),
Fiel à putaria (Felipão Forró Moral),
Chefe do puteiro (Aviões do forró),
Mulher roleira (Saia Rodada),
Mulher roleira a resposta (Forró Real),
Chico Rola (Bonde do Forró),
Banho de língua (Solteirões do Forró),
Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal),
Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada),
Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca),
Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró),
Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró).

Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.

Porém o culpado desta 'desculhambação' não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de 'forró', parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado, Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.

Aqui o que se autodenomina 'forró estilizado' continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem 'rapariga na platéia', alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é: 'É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!', alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.
Ariano Suassuna

Observação:
O secretário de cultura Ariano Suassuna foi bastante criticado, numa aula-espetáculo, no ano passado, por ter malhado uma música da Banda Calypso, que ele achava (deve continuar achando, claro) de mau gosto. Vai daí que mostraram a ele algumas letras das bandas de 'forró', e Ariano exclamou: 'Eita que é pior do que eu pensava'. Do que ele, e muito mais gente jamais imaginou.


Realmente, alguma coisa está muito errada com esse nosso país, quando se levanta a mão pra se vangloriar que é rapariga, cachaceiro, que gosta de puteiro, ou quando uma mulher canta 'sou sua cachorrinha'. Aonde vamos parar? Como podemos querer pessoas sérias, competentes? E não pensem que uma coisa não tem a ver com a outra não, pq tem e muito! E como as mulheres querem respeito como havia antigamente? Se hoje elas pedem 'ferro', 'quero logo 3', 'lapada na rachada'? Os homens vão e atendem.

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Já fiz posts e mais posts defendendo a cultura nordestina, (
que de longe é a mais rica do Brasil) neste e no meu outro blog, EnTHulho. Tenho muito orgulho da minha região e de grandes ícones saídos dela (Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Zé e Elba Ramalho, Alceu, Lenine, Maria Bethânia, Tom Zé, Alceu, Gil, Caetano, Djavan...) mas não tenho como discordar da coerente crítica de Suassuna, visto que o cenário musical do Nordeste atualmente se tornou isso mesmo. Sinto vergonha pelo que faz sucesso por essas bandas, lamento muito que o espaço para a boa música tenha se tornado TÃO escasso em detrimento dessas porcarias que poluem nossos ouvidos diariamente nas rádios. Não sei o que fazer...não é problema deles, o problema está, infelizmente, no povo, que adora essas letrinhas de conteúdo erótico e a pobreza musical alastrada com elas...




TH - Revoltadíssimo!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

ANATOMIA DE UMA SUPER SÉRIE!


Sim, mais um seriado que me conquistou despretensiosamente (e deliciosamente) neste ano!
Criado por Shonda Rhimes (já virei fã de carteirinha), Grey's Anatomy teve início em 2005 e hoje se encontra em sua 6ª temporada. Repleto de altos e baixos como todo seriado que se preze - é impossível o fôlego manter-se elevado ao máximo por tantos anos e episódios, mas ainda assim vou sempre brigar com quem vem dizer que nada acontece nele. Inclusive discuti (amigavelmente, claro) com um colega da academia que o apelidou (muito injustamente) de "Grey's Monotony", alegando que nos episódios que acompanhou, nada aconteceu!
O enredo é batido: dia a dia de interinos num hospital fictício (Seattle Grace), vigiados por uma residente carrasca, um cirurgião chefe também durão e médicos bastante arrogantes. O que diferencia de outros seriados médicos (como House), sobretudo, são os nuances que adquire com o passar das temporadas. As transformações que os personagens ganham de acordo com o tempo e situações vividas; o amadurecimento, tudo bem embasado em situações bem sacadas e conflitantes, que exigem demais de seus intérpretes (uma bela equipe, por sinal). Dramas bem intercalados com comédias de muito bom gosto. Belíssimo argumento, um texto excepcional - os episódios abrem e fecham com algum personagem dizendo palavras pertinentes - aquelas palavras chaves que todos nós devemos ouvir, acatar e admirar. Enfim, sobram elogios.
Admito que, ao assistir a primeira temporada, o que mais me chamou atenção de cara foi a trilha sonora. Espetacular! E logo depois, quando vi extras e comentários em áudio sobre os episódios, eu descobri que a própria autora seleciona as músicas que quer que apareçam em cenas específicas. Cá pensando comigo: "putz, é o que sempre quis fazer! "Pena que aqui no Brasil as coisas não funcionam desse jeito, e o trabalho é repartido para vários - autores, roteiristas colaboradores, diretor, produtor musical, etc. Eu acho impossível, por exemplo, um diretor captar 100% o espírito que o autor quer empregar no empreendimento. Ele é um executor, mas não pode realizar milagres...
A situação clímax do fim da primeira temporada foi fraca, mas logo descobri que a mesma terminou antes do previsto - e o que é hoje a segunda contém quase 1/3 do que seria inserido na 1ª. E recomendo com força que assistam as temporadas 2 e 3 seguidamente, quase sem pause. É uma experiência fascinante, você não tem vontade de parar! Ok, é papo de viciado e empolgado, mas esse blog serve, dentre outras coisas, pra mostrar os desvaneios de alguém que, tal como criança, quando está excitado demais com alguma coisa, só quer falar. Falar muito bem, sem parar!
Mais um ganho proporcionado pela série pra mim foi ser a primeira que apresenta a protagonista como minha personagem favorita! Aos que bem me conhecem, sabem que minhas prediletas são as coadjuvantes com momentos de protagonismo. No caso de Grey's, Meredith Grey - a principal e personagem título da série, vivida pela linda Ellen Pompeo me ganha por ser extremamente bem construída. Sua vida é repleta de dramas mexicanos - a mãe sofre de Alzheimer e o pai não quer saber dela, mas nem por isso ela se torna deprimida e sofredora. Ela é, diria, o contraponto de duas outras personalidades distintas no próprio seriado: Cristina Yang - ácida e ávida pelo trabalho, a "desumana" mais adorável, responsável por grandes cenas de humor (palmas pra oriental Sandra Oh, sua intérprete) e Izzie Stevens - a humanitária do grupo. Izzie tinha tudo pra ser a protagonista, mas deixaria a série chata pois se tornaria mestra em se envolver com os problemas dos doentes, clichê super batido e que não seguraria nem a primeira temporada. Pois bem..Meredith Gray tem um pouco da humanidade de Izzie, mas é centrada no trabalho como Cristina. É o equilíbrio - é a palavra ideal pra defini-la. Ela se envolve com problemas das pessoas que entram no hospital, mas no limite que lhe é permitido. E produz um belíssimo trabalho, esforçada e dedicada, mas não tão voraz a ponto de perder sua vida social. O seu relacionamento com Dr. Shephard é bacana pois destoa muito das formalidades exigidas no ambiente de trabalho. E é puramente simples - ela se apaixona por um cara que acabou de se separar da ex, e ainda se sente mexido com ela. Tudo em Grey's é simples. Se notarmos, todos os enredos são super claros e leves, o diferencial é a maneira com a qual a autora os conta.
Impossível não se apaixonar pelos mais diversos tipos de personagens. Sobre a "nazista" Bailey (outro porto seguro do humor na série, uma carrasca bem "humana"), O' Mailey e suas transformações (de iniciante inseguro, se torna um excelente profissional, sem medo de perguntar ou aprender), a charmosíssima Addison (que mulher elegante!), o irresponsável Karev (toda série tem que ter um que fuja aos padrões lineares), o arrogante e centrado Burke, que tem uma química incrível e irresistível com Cristina, dentre outros. E também os dramas que eles se deparam. O relacionamento de Izzie com o paciente Denny foi um dos melhores, e liderou o interesse do público por um bom tempo! Ainda a trama do casal que sofre uma cidente de trem e seus corpos ficam presos nas ferragens e, para salvar um, o outro tem que morrer; Os episódios do míssel dentro de um paciente, perigando explodir a qualquer tempo (meus favoritos), e muito mais!
Lendas falam de uma briga feia entre dois atores do seriado, o Isaiah Washington (Burke) e T.R.Knight (O' Mailey), devido ao último assumir sua homossexualidade e o primeiro sua homofobia. Lamento demais, pois ambos encontraram o tom ideal para seus papéis, e tiveram que ser retirados - cada um em seu tempo, do casting. Nem tudo é perfeito...
Ainda tenho muito o que falar do seriado, Mas encerro aqui, pro texto não ficar longo...fica, então a recomendação de um ótimo entretenimento. E com qualidade


TH - Sem sono!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

BAILARINA DE PEDRA!


Quem me conhece, sabe que sou muito fã de LOST, a série. Uma narrativa completamente diferente de tudo o que já se viu fazer por aí, com uma maneira muito peculiar de se contar a estória. Traçando o paralelo presente intercalado com flashbacks e flashforwads, o seriado foi um marco, tornando-se intrigante por plantar inúmeras dúvidas na cabeça do telespectador, e a cada resposta encontrada, mais três perguntas eram lançadas, causando aquele nó na cabeça de seus fãs, que aliás, ADORAM isso!
Palmas para os produtores executivos Damon Lindolf e Carlton Cuse. Fãs confessos de Jornada nas Estrelas e outras histórias clássicas como Alice no país das maravilhas e O Pequeno Príncipe, nota-se clara referência a tais obras nos capítulos.
Sobre os mistérios, nada mais instigante do que perguntas do tipo: "o que é a ilha?' "o que são os números malditos?" "e o monstro da fumaça?", dentre muitas outras, que deverão ser elucidadas (espero) nesta sexta e derradeira temporada, prevista para estrear nos EUA em Fevereiro de 2010. Será que conseguirão dar cabo a tudo em 16 episódios apenas? Acredito que muita coisa vá ficar sem explicação, mas pra mim, a série é deveras satisfatória e me faz um bem tremendo acompanhar, pesquisar, rever, analisar e pescar todos os detalhes - alguns bem escondidos, inclusive, em seus episódios.
Lost não é só uma série de mistérios...o elemento humano está presente desde a primeira temporada, que se valeu primordialmente em apresentar seus personagens e expor seus motivos. Logo, uma infinidade de identificações era minada com a morte de vários deles ao longo das demais temporadas. Corria-se um tremendo risco gostar de determinado ator e vê-lo ser catapultado da série em algum momento. Elemento que, aliás, era um aditivo pra tornar a trama mais interessante ainda: quem vai morrer??
Eu gosto de vários personagens, mas quem me conhece sabe da minha tendência por gostar daqueles que não tem necessariamente grande destaque. Até dos secundários eu sou bem afeito, às vezes mais do que os próprios protagonistas. Pois bem, não me perguntem exatamente como, mas desde a primeira temporada minha personagem favorita é a Sun. Ela não é das mais queridas, tampouco tem o destaque que, ao meu ver, deveria ter, mas tentarei versar algumas linhas delineando seu perfil.
Coreana, mulher e filha de um magnata. Pra piorar, esposa de um marido que num determinado momento torna-se agressivo e machista ao extremo. Reunindo todas essas mazelas (aqui, o "coreana" só se torna mazela pois sabemos que a Coréia é um dos países mais machistas que existem), esperava-se uma personagem de postura submissa que inclusive vemos Sun assumir durante um bom tempo na ilha. Mas os nuances que os roteiristas souberam percorrer durante seus flashbacks mostraram que a garota tinha uma personalidade forte, escondida sob seu manto casto e tímido. Além do que, a série é enfática ao mostrar que Sun consegue, num piscar de olhos, transmutar sua conduta boa em má, de maneira bem rápida, comparada a outros personagens. Ela é a falsa retraída. E a culpa disso é a atitude transgressora que suas relações - sobretudo com seu pai, Mr. Paik, a obrigaram ter.
Os fins justificam os meios? Pois Sun sabe muito bem disso. Em The Glass Ballerina, episódio da terceira temporada, foi mostrado seu caráter quando desde pequena acusou a empregada de ter quebrado a Bailarina de Vidro - o caráter dúbio faz os fãs tentarem entender se fez isso por maldade ou foi a forma encontrada pra se safar do castigo de seu pai. Suas mentiras - sobretudo sobre a suposta paternidade de seu filho, seriam justificadas também? Como a série não tem nada de maniqueísta, fica a deixa pra seus seguidores tentarem decifrar suas razões. Já foi mostrada uma Sun abnegada (quando ela conclui com Juliet que seria melhor ela morrer do que seu filho não ser de Jin) e rude (querendo meter um balaço em Ben a qualquer custo); Ingênua (defendendo Sawyer, que foi quem a sacaneou) e desconfiada, postura mais constante ao longo de toda a série. Uma atitude sua bem perceptível e recorrente é a de se redimir sempre por seus erros. Alcançar perdão por intermédio de alguma forma de auto-punição por algo que ela fez...reflexo de sua criação?
Seu relacionamento com Jin teve muitas coisas a serem resolvidas - o casal na verdade já chegou na ilha com um monte de coisas para discutir, a relação estava num estágio muito difícil, e o caminho percorrido por ambos foi árduo, mas bem sucedido. O ciclo de ambos se fechou em Ji Yeon, episódio da quarta temporada onde eles, depois de colocarem tudo em cheque, finalmente alcançam a tão sonhada redenção mútua e se acertam, numa das mais belas cenas de Lost.
Os roteiristas, no entanto, estão devendo inúmeras cenas para Sun, sobretudo nessa quinta temporada, na qual a personagem fez mera figuração, com poucos momentos de destaque. Mas não foi apenas ela. Desmond teve sua participação na série bastante reduzida - e olha que ele foi bem destacado em temporadas anteriores! Refiro-me à Sun, além de ser fã, porque no fim da quarta temporada, quando ela saiu na ilha, abriu-se um precedente muito bacana pra que ela se tornasse outra personagem, mais linha dura, vingativa e nada frágil...isso de certa forma aconteceu, mas ficou mais na promessa e na sensação de "quero mais" por falta de cenas!
Vale destacar, ainda, o carisma e talento da atriz Yunjin Kim, e sua química com seu marido na ficção, vivido por Daniel Dae Kim (não, eles não são parentes na vida real!). A cena que Sun perde seu marido, em "There's No Place Like Home" foi de um realismo incrível, e impressionou a maneira como Yunjim interpretou, e logo a seguir se viu um Flash-Forward de seu encontro com o sempre perigoso Charles Widmore, batendo de frente com ele. Além do que, em entrevistas, nota-se que a atriz é super simples, alegando inclusive ganhar exageradamente por cada episódio que faz na série. Além de sorriso franco e um belo olhar que passa muito mais realidade,a lgo do tipo "sabedoria oriental". Já se tornou minha ídola!!
Pois bem...atualmente, na série, Sun está do lado do falso Locke, Ben, Richard Alpert e Lapidus, no Presente, enquanto os outros personagens estão no futuro. Sua obstinação a faz fazer tudo pra reencontrar seu marido, se isso for possível, inclusive deixando sua filhinha Ji Yeon na Coréia com sua avó, pra isso. O que o futuro da personagem nos trará? Cenas impactantes, com certeza, virão aí. Espero muito que os produtores nos brindem com ótimas cenas para Sun. Eu, Yunjin e demais fãs da coreana agradecem!


TH - Roendo as unhas de ansiedade!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

FALANDO DIRETAMENTE DA ALMA E DO CORAÇÃO ADOLESCENTE

Dawson's Creek era o típico seriado que eu já conhecia sem nunca ter visto!
Grandes amigos o recomendavam. Outras pessoas achavam açucarado demais. A mídia se dividia: uns amavam, outros odiavam. E na minha vida, unanimidade nunca foi um ponto favorável - eu diria que a divisão de opiniões foi o principal motivo pra haver sempre um interesse latente pela série - louco pra se externar.
Só havia visto uma cena - e já foi suficiente pra respeitar: ao som de "I'll Stand By You", dos Pretenders, a situação mostrava dois jovens: estavam aparentemente brigados, mas no íntimo de ambos, havia um desejo intenso de um sempre contar com o outro, algo sem frases pra descrever, mas apenas olhares ternos. Interpretações muito fortes, a ponto de "falar com o silêncio" e com a música. Isso me ganhou. E eis que finalmente (e tardiamente) ,apenas nesse ano de 2009, eu me predispus a assistir completamente a saga do loirinho Dawson e seus amigos. Claro que a influência do amor só impusionou meu interesse. ;)
A sinopse é a mais simples possível: a vida de um adolescente repleto de sonhos e introspectivo, que tem uma melhor amiga de infância que acaba misturando sentimentos de amizade com o início de algo a mais. Paralelamente, as desventuras de sua turma no colégio perspectivas do futuro, amizades postas em cheque, problemas de separação dos pais, debates ferrenhos sobre temas variados (a avó de Jennifer é certamente uma das personagens com traços mais interessantes), o básico envolvimento de um aluno com sua professora - aqui, nem um pouco descontextualizado ou narrado da forma rasa e simplória como seria em "Malhação", onde o foco seria mostrado apenas como um deslumbre do personagem, quando há mais nuances a serem abordados e analisados. E mais uma infinidade de temas, sempre pontuando com propriedade os sentimentos humanos, suas reações e consequências. E o melhor de tudo: os personagens FALAM o que pensam, não ficam morrendo à míngua, remoendo suas dores de cotovelo com o intuito de conquistar ganchos e mais ganchos folhetinescos. Além do mais, não existem vilões - não aqueles maniqueístas e manjados de outras produções - todos os personagens adquirem comportamentos heróicos, derrotistas ou vilanescos, de acordo com situações específicas - tal qual na vida real.
Não que eles sejam exatamente reais, mas algo bem próximo disso. São extremamente verossímeis. O único senão é o fato de eles terem tão pouca idade pra tanta maturidade, mas ainda assim, eu insisto: há realmente pessoas que desde cedo sabem enxergar o futuro e comentam entre si sobre seus sentimentos, e não existem apenas jovens bobinhos tal como em Malhação. Aliás, a novelinha da Globo busca apenas entreter, e Dawson's tem uma premissa bem mais aprofundada. Você se identifica fácil com vários personagens. Espera reações deles. Torce. Se surpreende. Eu já me enxerguei em vários!
Um outro ponto alto da série é sua trilha sonora. Para um fanático por trilhas como eu, assistir cenas com altas dosagens dramáticas e pontuadas por belas melodias - sejam incidentais, instrumentais ou mesmo as cantadas - desconhecidas ou não, é um extase! E decerto que minha discografia multiplicará a cada episódio, com músicas de qualidade cada vez mais descobertas!
O engraçado é perceber que seu criador, Kevin Williams, é baluarte do "terrir" americano com filmes de terror baba como "Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado" e "Panico", dentre outros. Em entrevistas, ele afirma ter construído a série baseado em suas memórias de adolescência. Eu acredito e percebo que quando fazemos algo brotado do fundo do coração como ele fez, não importa suas obras pífias ou encomendadas já realizadas - um trabalho feito com identificação e com bases já vivenciadas pode abonar e garantir credibilidade a qualquer artista. E depois de saber quem produziu, pude também notar suas correlações.: nomes de personagens repetidos (Gale, a mãe de Dawson, era também o nome da repórter gananciosa de "Panico", e o mesmo pra diretora Ms. Tingle - tanto da série quanto do filme "Tentação Fatal", como a professora malvada).
Um dos meus maiores ganhos em termos de teledramaturgia esse ano foi ter me permitido acompanhar Dawson's Creek. Só escrevi isso tendo visto suas duas primeiras temporadas, mas a sede de vir até aqui e compartilhar, registrando esses comentários singelos da série foi muito forte, e ao assistir suas próximas temporadas (são 5, no total) espero conseguir mais elementos pra comentar. Na sequência, mais diversão, alegria, lágrimas, torcidas, identificações e, principalmente: emoções garantidas!


TH - Indo ver outro episódio antes de trabalhar!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

SACRILÉGIO DIVINO E GUERRA BESTA


Quem acompanhou os noticiários, jornais e publicações da semana passada notou o que se pode chamar de jornalismo barato. E a principal protagonista desses lamentáveis "furos" foi a própria Rede Record.
Um breve retrospecto: explodiram uma infinidade de denúncias cheias contra a Igreja Universal, o bispo Edir Macedo e seus inúmeros fiéis. Eu confesso que fiquei chocado: gente que vendeu sua própria casa ou que arrecadou todas as economias, até o que não podia, porque eram orientadas por seus pastores de que "quanto maior seu dinheiro, maior sua fé". Uma fé cega, um sacrilégio divino e um aproveitamento safado do sentimento das pessoas, que colocam o sentimento que depositam em Deus à frente da própria sanidade e bom senso. E junto a pessoas que se aproveitam disso!
Então as emissoras têm trocado ataques desde quarta-feira, quando a Record resolveu responder às acusações do dia anterior, por ter considerado que a concorrente deu destaque excessivo ao fato da Justiça paulista ter acatado a denúncia por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Os acusados usariam as doações dos fiéis para benefício próprio.
Ou seja, com a explosão das denúncias, ao invés da emissora Record procurar se defender, desmentir, preferiu contra-atacar sua principal rival, Rede Globo, que, segundo notícias de seu jornalismo de quinta, todos os fatos argumentados partiram de um promotor que estava sendo investigado por supostamente favorecer a Globo. E taca agora se voltar contra os defeitos dos globais, que nunca foram santos, mas não deveriam vir à tona num momento como esse, por não ter a ver com a questão.
Bom. Não sou evangélico e se disser que não tenho nada contra, estaria mentindo. Todos são livres pra eleger suas religiões, construir suas crenças, no entando o que me obsta perante os evangélicos é o fato deles quererem "puxar" a pulso todos para debaixo de suas asas (ou pomba branca, símbolo da Universal). Sei que estou generalizando, nem todos agem dessa maneira, logo minha crítica é direcionada apenas ao que conheço e vivenciei, por ter tido muito contato com protestantes. E confesso que a explosão de denúncias contra Edir Macedo - do qual nunca fui afeito, veio ratificar tudo o que sentia pela Igreja Universal. Lamento que o Jornalismo - a profissão que sempre quis exercer tenha chegado a níveis tão rasos por conta dessa guerra besta de emissoras. E cabe ao telespectador agora escolher em quem crer...

P.s.: Em grupos de discussões no qual participo, uma grande questão veio à tona: seria o momento ideal para que a Globo reprisasse a GRANDE minissérie DecadÊncia, de Dias Gomes, exibida em 1995, com Edson Celulari encabeçando o elenco com seu Mariel, pastor evangélico que ludibriava os fiéis. Além da temática religiosa, oportunamente estamos vivendo um período de derrocata política em nosso país que também era mostrado na série. Dupla oportunidade de reexibição (ou pelo menos, de lançamento da minissérie em DVD).


TH - Botando lenha na fogueira!