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sexta-feira, 28 de maio de 2010

ALI TH ERAÇÕES XVIII




Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Sachei, mondei - nada colhi.
Nasceram espinhos
e nos espinhos me feri.

Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Cavei, plantei.
Na terra ingrata
nada criei.

Semeador da Parábola...
Lancei a boa semente
a gestos largos...
Aves do céu levaram.
Espinhos do chão cobriram.
O resto se perdeu
na terra dura
da ingratidão

Coração é terra que ninguém vê
- diz o ditado.
Plantei, reguei, nada deu, não.
Terra de lagedo, de pedregulho,
- teu coração. Bati na porta de um coração.
Bati. Bati. Nada escutei.
Casa vazia. Porta fechada,
foi que encontrei...


CORA CORALINA, "Coração é terra que ninguém vê"


TH - Fazendo coro! ;)

domingo, 13 de setembro de 2009

ALI TH ERAÇÕES X

O que eu adoro em ti,
Não é a tua beleza.
A beleza, é em nós que ela existe.

A beleza é um conceito.
E a beleza é triste.
Não é triste em si,
Mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.

O que eu adoro em ti,
Não é a inteligência.
Não é o teu espírito sutil,
Tão ágil, tão luminoso,
- Ave solta no céu matinal da montanha.
Nem é a tua ciência
Do coração dos homens e dos coisas.

O que eu adoro em ti,
Não é a mãe que já perdi.
Não é a irmã que já perdi.
E meu pai.

O que eu adoro em tua natureza,
Não é o profundo instinto maternal
Em teu flanco aberto como uma ferida,
Nem a tua pureza.
Nem a tua impureza.
O que adoro em ti - lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti, é a vida.


11-07-1920
Manuel Bandeira, "Madrigal melancólico"


TH - Dando Bandeira?

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

ALI TH ERAÇÕES II



O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

F. Pessoa


TH - Olha a hora que fui terminar meus trabalhos!!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

FLORINDO A NOITE


Hoje o dia amanheceu mais florido,
porque mais amor tenho por você.

Hoje amanheci mais feliz,
porque sei que estarás
constantemente ao meu lado.

Hoje amanheci te querendo
mais do que a própria vida.

Amo e farei tudo o que tu quiseres
para estar sempre e eternamente ao teu lado.


[Amália de Alarcão Ribeiro Martins]


TH - Chegando...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

ETHOS - ATHOS DE LIGAÇÃO



A Companheira

Eu ia saindo, ela estava ali
No portão da frente
Ia até o bar, ela quis ir junto
"tudo bem", eu disse
Ela ficou super contente
Falava bastante,
O que não faltava era assunto
Sempre ao meu lado,
Não se afastava um segundo
Uma companheira que ia a fundo

Onde eu ia, ela ia
Onde olhava, ela estava
Quando eu ria, ela ria
Não falhava

No dia seguinte ela estava ali
No portão da frente
Ia trabalhar, ela quis ir junto
Avisei que lá o pessoal era muito exigente
Ela nem se abalou
"o que eu não souber eu pergunto"
R lançou na hora mais um argumento profundo
Que iria comigo até o fim do mundo

Me esperava no portão
Me encontrava, dava a mão
Me chateava, sim ou não?
Não

De repente a vida ganhou sentido
Companheira assim nunca tinha tido
O que fica sempre é uma coisa estranha
É companheira que não acompanha

Isso pra mim é felicidade
Achar alguém assim na cidade
Como uma letra pra melodia
Fica do lado, faz companhia

Pensava nisso quando ela ali
No portão da frente
Me viu pensando, quis pensar junto
"pensar é um ato tão particular do indivíduo"
E ela, na hora "particular, é? duvido"
E como de fato eu não tinha lá muita certeza
Entrei na dela, senti firmeza

Eu pensava até um ponto
Ela entrava sem confronto
Eu fazia o contraponto
E pronto

Pensar assim virou uma arte
Uma canção feita em parceria
Primeira parte, segunda parte
Volta o refrão e acabou a teoria

Pensamos muito por toda a tarde
Eu começava, ela prosseguia
Chegamos mesmo, modesta à parte
A uma pequena filosofia

Foi nessa noite que bem ali
No portão da frente
Eu fiquei triste, ela ficou junto
E a melancolia foi tomando conta da gente
Desintegrados, éramos nada em conjunto
Quem nos olhava só via dois vagabundos
Andando assim meio moribundos

Eu tombava numa esquina
Ela caía por cima
Um coitado e uma dama
Dois na lama

Mas durou pouco, foi só uma noite
E felizmente
Eu sarei logo, ela sarou junto
E a euforia bateu em cheio na gente
Sentíamos ter toda felicidade do mundo
Olhava a cidade e achava a coisa mais linda
E ela achava mais linda ainda

Eu fazia uma poesia
Ela lia, declamava
Qualquer coisa que eu escrevia
Ela amava

Isso também durou só um dia
Chegou a noite acabou a alegria
Voltou a fria realidade
Aquela coisa bem na metade

Mas nunca a metade foi tão inteira
Uma medida que se supera
Metade ela era companheira
Outra metade, era eu que era


TH

quarta-feira, 9 de julho de 2008

MOMENTO: ALICE RUIZ ATÉ A ALMA


"A gaveta da alegria já está cheia de ficar vazia"

"Fora de mim imagino na paisagem a imagem do que fui"

"quem ri quando goza é poesia até quando é prosa"

"janela que se abre o gato não sabe se vai ou voa"

"fim de tarde depois do trovão o silêncio é maior"

"sombra da luz na lua e na rua alvo do lago"

"travesseiro novo primeiras confissões a história do amigo"

"Sol com sol no teu aniversário um sol maior"

"
o menino me ensina como um velho sábio o quanto sou menina"

" Eu sinto que você é a pessoa mais parecida comigo que eu conheço, só que do lado do avesso."



TH - Ruiz - inho!


quarta-feira, 18 de junho de 2008

MOMENTO CLARICE


"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, pois viver ultrapassa qualquer entendimento" CL


TH - Nada errado em ser pisciano!