quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

ANATOMIA DE UMA SUPER SÉRIE!


Sim, mais um seriado que me conquistou despretensiosamente (e deliciosamente) neste ano!
Criado por Shonda Rhimes (já virei fã de carteirinha), Grey's Anatomy teve início em 2005 e hoje se encontra em sua 6ª temporada. Repleto de altos e baixos como todo seriado que se preze - é impossível o fôlego manter-se elevado ao máximo por tantos anos e episódios, mas ainda assim vou sempre brigar com quem vem dizer que nada acontece nele. Inclusive discuti (amigavelmente, claro) com um colega da academia que o apelidou (muito injustamente) de "Grey's Monotony", alegando que nos episódios que acompanhou, nada aconteceu!
O enredo é batido: dia a dia de interinos num hospital fictício (Seattle Grace), vigiados por uma residente carrasca, um cirurgião chefe também durão e médicos bastante arrogantes. O que diferencia de outros seriados médicos (como House), sobretudo, são os nuances que adquire com o passar das temporadas. As transformações que os personagens ganham de acordo com o tempo e situações vividas; o amadurecimento, tudo bem embasado em situações bem sacadas e conflitantes, que exigem demais de seus intérpretes (uma bela equipe, por sinal). Dramas bem intercalados com comédias de muito bom gosto. Belíssimo argumento, um texto excepcional - os episódios abrem e fecham com algum personagem dizendo palavras pertinentes - aquelas palavras chaves que todos nós devemos ouvir, acatar e admirar. Enfim, sobram elogios.
Admito que, ao assistir a primeira temporada, o que mais me chamou atenção de cara foi a trilha sonora. Espetacular! E logo depois, quando vi extras e comentários em áudio sobre os episódios, eu descobri que a própria autora seleciona as músicas que quer que apareçam em cenas específicas. Cá pensando comigo: "putz, é o que sempre quis fazer! "Pena que aqui no Brasil as coisas não funcionam desse jeito, e o trabalho é repartido para vários - autores, roteiristas colaboradores, diretor, produtor musical, etc. Eu acho impossível, por exemplo, um diretor captar 100% o espírito que o autor quer empregar no empreendimento. Ele é um executor, mas não pode realizar milagres...
A situação clímax do fim da primeira temporada foi fraca, mas logo descobri que a mesma terminou antes do previsto - e o que é hoje a segunda contém quase 1/3 do que seria inserido na 1ª. E recomendo com força que assistam as temporadas 2 e 3 seguidamente, quase sem pause. É uma experiência fascinante, você não tem vontade de parar! Ok, é papo de viciado e empolgado, mas esse blog serve, dentre outras coisas, pra mostrar os desvaneios de alguém que, tal como criança, quando está excitado demais com alguma coisa, só quer falar. Falar muito bem, sem parar!
Mais um ganho proporcionado pela série pra mim foi ser a primeira que apresenta a protagonista como minha personagem favorita! Aos que bem me conhecem, sabem que minhas prediletas são as coadjuvantes com momentos de protagonismo. No caso de Grey's, Meredith Grey - a principal e personagem título da série, vivida pela linda Ellen Pompeo me ganha por ser extremamente bem construída. Sua vida é repleta de dramas mexicanos - a mãe sofre de Alzheimer e o pai não quer saber dela, mas nem por isso ela se torna deprimida e sofredora. Ela é, diria, o contraponto de duas outras personalidades distintas no próprio seriado: Cristina Yang - ácida e ávida pelo trabalho, a "desumana" mais adorável, responsável por grandes cenas de humor (palmas pra oriental Sandra Oh, sua intérprete) e Izzie Stevens - a humanitária do grupo. Izzie tinha tudo pra ser a protagonista, mas deixaria a série chata pois se tornaria mestra em se envolver com os problemas dos doentes, clichê super batido e que não seguraria nem a primeira temporada. Pois bem..Meredith Gray tem um pouco da humanidade de Izzie, mas é centrada no trabalho como Cristina. É o equilíbrio - é a palavra ideal pra defini-la. Ela se envolve com problemas das pessoas que entram no hospital, mas no limite que lhe é permitido. E produz um belíssimo trabalho, esforçada e dedicada, mas não tão voraz a ponto de perder sua vida social. O seu relacionamento com Dr. Shephard é bacana pois destoa muito das formalidades exigidas no ambiente de trabalho. E é puramente simples - ela se apaixona por um cara que acabou de se separar da ex, e ainda se sente mexido com ela. Tudo em Grey's é simples. Se notarmos, todos os enredos são super claros e leves, o diferencial é a maneira com a qual a autora os conta.
Impossível não se apaixonar pelos mais diversos tipos de personagens. Sobre a "nazista" Bailey (outro porto seguro do humor na série, uma carrasca bem "humana"), O' Mailey e suas transformações (de iniciante inseguro, se torna um excelente profissional, sem medo de perguntar ou aprender), a charmosíssima Addison (que mulher elegante!), o irresponsável Karev (toda série tem que ter um que fuja aos padrões lineares), o arrogante e centrado Burke, que tem uma química incrível e irresistível com Cristina, dentre outros. E também os dramas que eles se deparam. O relacionamento de Izzie com o paciente Denny foi um dos melhores, e liderou o interesse do público por um bom tempo! Ainda a trama do casal que sofre uma cidente de trem e seus corpos ficam presos nas ferragens e, para salvar um, o outro tem que morrer; Os episódios do míssel dentro de um paciente, perigando explodir a qualquer tempo (meus favoritos), e muito mais!
Lendas falam de uma briga feia entre dois atores do seriado, o Isaiah Washington (Burke) e T.R.Knight (O' Mailey), devido ao último assumir sua homossexualidade e o primeiro sua homofobia. Lamento demais, pois ambos encontraram o tom ideal para seus papéis, e tiveram que ser retirados - cada um em seu tempo, do casting. Nem tudo é perfeito...
Ainda tenho muito o que falar do seriado, Mas encerro aqui, pro texto não ficar longo...fica, então a recomendação de um ótimo entretenimento. E com qualidade


TH - Sem sono!

2 comentários:

Dan Vícola disse...

Que coisa...
E eu que achava que a "empolgação" aconteceria em relação a DC...
Mistérios...

TH disse...

Mas DC me empolgou bastante sim...e já tem até post próprio escrito! Estava devendo um sobre GA