Posso ser distraído, posso não ser tão inteligente como gostaria. Posso ainda ter dificuldades de guardar detalhes, rostos, mas algo muito esquisito acontece com minha cabeça: eu lembro de coisas inimagináveis!
Guardo telefones com facilidade, aniversários, datas de compromisso, nomes de músicas...o engraçado é que são coisas minhas, segredos meus, que tinha vergonha de dizer, e hoje, estou blogando a respeito. Quer loucura maior do que você estar deitado na sua cama relembrando que nunca teve, no colégio, uma aula de Biologia às sextas-feiras? E desdobrando esse pensamento, notei que lembrava até do horário da grade semanal inteira, do terceiro ano do colégio, junto com a grade também do cursinho pré-vestibular no mesmo período. E também do período! Lembrei que meu cursinho pra prestar o primeiro vestibular aconteceu de Setembro a Dezembro de 1999 - especificadamente no dia 8, e a prova do mesmo foi no fim de semana seguinte! Ou então aque aprendia depressa os nomes e sobrenomes dos meus coleguinhas, da filha da minha madrinha com a qual só tive contato uma vez na vida. Mas eu aprendo e nunca esqueço! Até hoje fico ordenando e reordenando a lista das faixas de todos os discos da Alanis Morissette, imaginando como seria se o disco abrisse com tal música, qual seria a sensação de ver outra logo em seguida, e na fileira todas eleger qual seria a ideal pra fechar com chave de ouro aquele disco! Há dez anos, eu lembro que no dia 13 de Julho eu estava indo pra Porto Seguro com a turma de colégio, voltando no dia 21 do mesmo mês. Mais do que memórias, eu percebi que para guardar tantas coisas também é necessário grande dose de imaginação!
Quando estudei pra ser aprovado no concurso, no início dos 4 anos que me dediquei, no entanto, eu tinha muita dificuldade de memorizar e "decorar" artigos da Constituição quando me preparava pra estudar Direito Constitucional mas logo logo minha imaginação dava um jeito de pescar alguns pontos pra conseguir enfim decorar alguns assuntos como Competência dos Poderes (e não me venham dizer que essa parte do Direito é pra ser aprendida porque não é...pura e amarga decoreba mesmo). Da mesma forma que desde pequeno eu nunca estudei Gramática - não conseguia decorar as regras de acentuação ou de verbos, mas ironicamente sempre foi a disciplina - junto a Literatura e Redação, em que minhas notas eram maiores, acredito que por sempre ler bastante e não ter dificuldades na hora de assinalar as questões das avaliações. Logo concluo que não que eu não seja inteligente, mas minhas lembranças se sobressaem à minha capacidade de raciocínio e entendimento. Sempre fui assim e fiz as pazes como esse meu peculiar método de compreender as coisas e os assuntos.
Mais que isso, minha memória não é nem um pouco seletiva. Eu lembro e relembro tanto de coisas boas como das apagáveis. Guardo datas de acontecimentos bons e ruins com a mesma facilidade, fazer o que se é assim que processo? Há um ano eu estava num momento muito depressivo, e quando falo um ano, não é a data provável, e sim a data real, 30 de Maio de 2008. Essa precisão memorial sempre foi um dado a meu favor. Nunca eu diria "isso foi há uns 4 ou 5 anos", eu sempre precisei corretamente quando as coisas aconteceram. Sempre afirmei com a maior das convicções de que ano era qual filme, ou música. Eu sempre joguei assim com minha capacidade de memorização, e sempre ganhei as apostas que requeriam determinada lembrança.
Ela é um dos meus ouros. Nunca fiz cursos de memorização, acho-os desnecessários. Minha dificuldade de reter assuntos escolares mais rápido do que os outros alunos (o que já me fez um dia pensar que tinha um QI inferior) nunca teve nada a ver com minhas lembranças bastante afloradas! Acredito que Alzeimer teria grande dificuldade de me atingir com seu mal, por que é das poucas coisas que TH realmente tem do que se orgulhar em sua lendária vidinha!
TH - Cada louco com sua mania!