Esse mês, na minha já conhecida coluninha mensal, ao invés de falar de algo que me apetece, resolvi versar sobre a caótica situação política do país. Aliás, não posso me excluir disso como cidadão - falar da atual conjuntura do Brasil é falar de mim, também! E há duas semanas das eleições, se faz mais oportuno ainda!
Unindo ao tema, falo da minha profissão platônica de paixão: o Jornalismo, que, apesar de suas mazelas, também constitui um bem enorme ao país quando se predispõe a fazê-lo. Sobretudo na política. Recentemente os escândalos de Erenice Guerra (da Casa Civil) e também a quebra do sigilo fiscal da filha e do genro de José Serra acabariam passando despercebidos do grande público se não fosse a imprensa. Claro que judiciário tomaria conta - como advogado, eu jamais poderia discordar ou descrer da força da justiça e da polícia, no entanto como a mesma deve ser transparente, sem o papel da imprensa nos casos, a sociedade jamais tomaria conhecimento do quão delicada e séria é a questão. Por isso que eu reafirmo: esse jornalismo é do bem!
A reação dos envolvidos nos escândalos é típica: dizem-se vítimas e uma "conspiração", e que os mensageiros (no caso, a imprensa) é que são os verdadeiros culpados, estampando "factóides" caluniosos e assegurando sua impunidade. No caso da Erenice, depois de se auto proclamar inocente, viu-se obrigada a pedir demissão do cargo de ministrachefe da Casa Civil e a queda foi inevitável. A revista Veja - que todos consideram tendenciosa e incriminadora, na realidade, faz um trabalho muito sério como principal e mais antigo veículo de informação desse país, um trabalho com o qual possui comprometimento de levar aos leitores o que de fato acontece no país e já o fez por muitos anos. Notório constatar que foi ela quem "desnudou" as "vítimas" em questão, tornando-se maldita na boca dos mesmos...
No meio disso tudo, volta-se uma grande questão: o PT ameaça ferrenhamente limar a liberdade de expressão tão arduamente alcançada mediante tantas lutas. Acusa-se de que a liberdade fora estendida demais, atingindo níveis exagerados de informações. Isto sim é que é um absurdo sem tamanho: após anos lutando contra a censura, nos depararmos com a iminência de sua volta para atender objetivos obscuros e pessoais dos políticos. O povo tem direito a informação verdadeira, e não omitida. Aliás, omitir, por si só, é uma forma de mentira - ou melhor, de velar uma verdade que não pode ser escondida. Logo, a sociedade tem direito de saber que a lei será cumprida, que o judiciário e a polícia tomarão conta do caso e, porque não, de saber mais de cada candidato pra poder confiar seus votos. É o público quem os coloca no poder - e ele deve estar cada vez mais bem informado!
Por fim, o grande castigo das "vítimas" da imprensa especializada, com fé, é a desmoralização pública e falta de credibilidade. Quer dizer, nem sempre é assim. Tá aí Fernando Collor quase liderando as pesquisas pra Governador de Alagoas. O povo infelizmente tem memória curta...mas ainda assim, tem direito a informação completa. Não cabe desconhecimento dos fatos sob hipótese alguma. Há de ter alguma reforma política e que a imprensa seja assegurada cada vez mais pra levar informações preciosas aos cidadãos.
Crer nisso não é nenhuma demagogia...
TH - Revoltadíssimo!