Imagina os homens encerrados em
morada subterrânea e cavernosa que dá entrada livre à luz em toda extensão. Aí, desde a
infância, têm os homens o pescoço e as pernas presos de modo que permanecem imóveis e
só vêem os objetos que lhes estão diante. Presos pelas cadeias, não podem voltar o rosto.
Atrás deles, a certa distância e altura, um fogo cuja luz os alumia; entre o fogo e os cativos
imagina um caminho escarpado, ao longo do qual um pequeno muro parecido com os
tabiques que os pelotiqueiros põem entre si e os espectadores para ocultar-lhes as molas dos
bonecos maravilhosos que lhes exibem. Sócrates
Para uma pessoa tão "aberta" como eu, constato hoje que é preciso dispor muito de nosso tempo na caverna. Estados de introspecção são absolutamente necessários para podermos enxergar melhor as coisas. Sem ninguém por perto, temos capacidade de aprender com o vazio. E acreditem: nossa sombra, por vezes, é a melhor conselheira! E se não estamos falando de conselhos, podemos tê-la como parceira ideal para nossos silêncios, que, como bem sabem, são tão válidos como aquelas palavrinhas básicas que de vez em quando gostamos tanto de ouvir!
Eu comecei a confiar mais nos meus amigos depois dos 22 anos e desde então passei a compartilhar quase tudo com alguém, como se isso fosse uma necessidade básica que me fora privada há anos, desde a infância e adolescência, quando eu fui o garoto mais tímido e reprimido, na minha rua, na sala de aula, na família...
Logo, a ideia de "me fechar' dentro da concha na realidade é uma forma de regresso às origens. É um "reaprendizado", melhor dizendo, uma maneira de resgatar aquilo que fui e que sabia fazer tão bem. É um total desapego às pessoas, pra poder melhor refletir sobre meus próximos passos, sobre tudo o que conquistei, sobre o que ainda tenho a realizar, tendo como único prisma meus próprios limites. Sem acessos alheios, sem opiniões diversas, tentando manifestar unicamente minhas vontades, sem intervenções descabidas e que em muitos casos só atrapalham!
Percebo que, por mais que me abrir pras pessoas tenha me feito tão bem e até me tornado um ser humano melhor, que se aceita e que tem a convicção de não ser uma mera ilha, existe dois pesos e duas medidas. Eu me acomodei a isso, e me encontro apegado demais a quem eu gosto. É preciso se desgarrar pois a vida, em determinado ponto, irá exigir isso de mim. A ironia é que quando pequeno eu sempre quis fazer parte da turma dos descolados, dos desinibidos, extrovertidos, e me projetava no meu alter ego, o já famoso Thomaz, por essas bandas. Hoje, quando consigo ser sociável e fazer um montão de amigos, eu me pego querendo retroceder um pouco ao meu estado de isolamento. Difícil entender? Crescer tem dessas coisas...
Assim, no meu modo - muito particular - de ver, entrar na caverna representa alcançar um estado profundo de consciência sobre mim mesmo e sobre o mundo. Eu preciso muito ter um papo comigo, me dar uns bons safanões, puxões de orelha, lembrar-me de como minha abstenção, em alguns aspectos, era a melhor saída possível...caminhar pelos caminhos que fazia quando mais novo, à tarde, pensando na minha vida, em todos que fazem parte dela e se seus papéis estão sendo bem desempenhados...subjetividade mode on!
Então eu estou sacramentando, aqui, nesse post, meu regresso à caverna. Não será por muito tempo, mas durará o que preciso for pra que eu recoloque muitos pensamentos no lugar e arrume bem a casa. Não implica dizer que vou abandonar o blog, continuarei com ele e com suas músicas, citações, metáforas, mas deixando claro que a situação internamente aqui está em stand by pra auto-análise. Quero resgatar um pouco do TH que desde sempre se virou como pôde no exercício tão duro que é o de viver...
TH - Até já
Eu comecei a confiar mais nos meus amigos depois dos 22 anos e desde então passei a compartilhar quase tudo com alguém, como se isso fosse uma necessidade básica que me fora privada há anos, desde a infância e adolescência, quando eu fui o garoto mais tímido e reprimido, na minha rua, na sala de aula, na família...
Logo, a ideia de "me fechar' dentro da concha na realidade é uma forma de regresso às origens. É um "reaprendizado", melhor dizendo, uma maneira de resgatar aquilo que fui e que sabia fazer tão bem. É um total desapego às pessoas, pra poder melhor refletir sobre meus próximos passos, sobre tudo o que conquistei, sobre o que ainda tenho a realizar, tendo como único prisma meus próprios limites. Sem acessos alheios, sem opiniões diversas, tentando manifestar unicamente minhas vontades, sem intervenções descabidas e que em muitos casos só atrapalham!
Percebo que, por mais que me abrir pras pessoas tenha me feito tão bem e até me tornado um ser humano melhor, que se aceita e que tem a convicção de não ser uma mera ilha, existe dois pesos e duas medidas. Eu me acomodei a isso, e me encontro apegado demais a quem eu gosto. É preciso se desgarrar pois a vida, em determinado ponto, irá exigir isso de mim. A ironia é que quando pequeno eu sempre quis fazer parte da turma dos descolados, dos desinibidos, extrovertidos, e me projetava no meu alter ego, o já famoso Thomaz, por essas bandas. Hoje, quando consigo ser sociável e fazer um montão de amigos, eu me pego querendo retroceder um pouco ao meu estado de isolamento. Difícil entender? Crescer tem dessas coisas...
Assim, no meu modo - muito particular - de ver, entrar na caverna representa alcançar um estado profundo de consciência sobre mim mesmo e sobre o mundo. Eu preciso muito ter um papo comigo, me dar uns bons safanões, puxões de orelha, lembrar-me de como minha abstenção, em alguns aspectos, era a melhor saída possível...caminhar pelos caminhos que fazia quando mais novo, à tarde, pensando na minha vida, em todos que fazem parte dela e se seus papéis estão sendo bem desempenhados...subjetividade mode on!
Então eu estou sacramentando, aqui, nesse post, meu regresso à caverna. Não será por muito tempo, mas durará o que preciso for pra que eu recoloque muitos pensamentos no lugar e arrume bem a casa. Não implica dizer que vou abandonar o blog, continuarei com ele e com suas músicas, citações, metáforas, mas deixando claro que a situação internamente aqui está em stand by pra auto-análise. Quero resgatar um pouco do TH que desde sempre se virou como pôde no exercício tão duro que é o de viver...
TH - Até já