Domingo de preguiça...de ficar em casa. É desses dias que a gente não sabe o que fazer pro tempo passar. Mãe foi arrumar as roupas. Avó foi fazer palavras cruzadas na sua cadeira. Avô foi dar uma voltinha pra conversar com seus compadres nos barzinhos afora. Irmão mexendo na net. E eu, após o cochilo posterior ao almoço e depois de tentar reler um livro dos tantos da estante, tive a idéia de conversar com minha família.
Como conversar nos dias de hoje está raro! E olha que tenho os membros da minha família aqui, comigo, morando junto. Parece que as vantagens da vida moderna atrapalham o entrosamento pessoal e familiar. Lembro, há bastante tempo, quando eu era criança, meus pais ainda estavam juntos, passávamos as tardes de Domingo passeando e quando chegávamos em casa, brincávamos de mímica, de telefone-sem-fio, de "karaokê" e outros divertimentos mais. Havia muita piada, histórias antigas e divertidas que meu pai contava. Uma vez, faltou energia e nos entretemos tanto que nem notamos que ela já tinha voltado há um tempão! Esquecíamos da hora nos Domingos com muita facilidade! É triste notar que isso se perdeu muito hoje. As pessoas estão super individualistas, cada vez mais se ocupando em atividades semi-autistas, esquecendo de parar para simplesmente perguntar pra quem está do lado como está.
Conversar hoje com m inha família me deixou um pouco deprimido. Os diálogos que antes eram entusiasmados, hoje viraram respostas sem paciência, "caduquice', na mente deles. É a família moderna...antes, os Domingos de chuva não se resumiam apenas nas brincadeiras e piadas, mas também havia muita conversa-cabeça, meus pais contavam coisas de suas infâncias, meus avós idem, era interessante notar a diferença entre as gerações. Será que terei histórias da minha pra contar?
As pessoas hoje tem seus afazeres pessoais como prioridade. Não pensam, agem. Não perdem tempo, procuram preenchê-lo com coisas "mais úteis". O mundo mudou e nós mudamos com ele. Só um determinado garoto de Maceió que insiste em pensar que há condições de resgatar coisas do passado...mas pensar isso é o que o alimenta.
Por essas e outras que o sonho de morar só persiste me consumindo...pelo menos sozinho, terei condições de impulsionar esse "lado TH de ver o mundo", sem correr riscos de me taxarem de caduco/maluco/lunático. Há coisas que só nós podemos fazer a nós mesmos...
TH - Reflexivo
4 comentários:
Bem, como eu disse...o domingo deveria ser riscado dos calendários kkkkkkkkkkkkkkkk
ADORO-TE ;)
BorboletÂngela
Também me recordo com alegria desses tempos, mas não são sonhos esquecidos, aqui em casa, apesar de termos diminuido muito as nossas conversas, ainda persistimos nisso e conquistamos nossas sobrinhas que também se juntam a nós nos papos. Minha família, que vc conhece bem, talvez não seja "Os últimos dos moicanos" não é questão de domingo de chuva e sim de união e respeito familiar. Agradeço por ainda termos essas conversas familiares mesmo que de menor escala mas são momentos importantes que todos deveria nutrir. Um abração, adorei o tema.
Pois é amigo, o tempo nos rouba o pouco tempo do tempo que o futuro nos dá, complexo, mas perfeito para expressar o que o dia-a-dia nos causa, sao avós sem paciencia, pais ocupados e filhos sem infancia, vivendo trancados em casa com medo de tudo e de todos, viciados numa tecnologia que nos consome.
Bons tempos os que vivemos descalsos no meio da rua, brincando com os amigos, de todos os tipos de brincadeiras possiveis e imaginárias, fazendo panelinha de barro, jogando bola, subindo em árvores...
Bons tempos, éramos felizes, infelizmente pagamos o preço alto pela modernidade, cuja prestação nossos filhos herdarão o pagamento.
Mais vida, menos prisão das crianças de hoje e de amanhã.
Beijo, lindo (desculpe o desabafo)
Verinha: Lindo seu comentário. Aqui é o local adequado pra desabafos, pode ficar sossegada.
Rico: Conheço bem sua família e vejo como ainda existe muito diálogo por aí :))
Angela: Coisa boa vc estreando por aqui. Sei mt bem de sua birra com domingos! rs
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