sábado, 30 de janeiro de 2010

PARCEIRA XII [Dolores O' Riordan]



Virginiana, baixinha, brigona, invocada, com uma voz de gralha afinada e estridente ao cubo, mas com uma alma super feminina, fofa e inteligente, para poder escrever longas doses de melancolia, protestos eficientes e até romantismo – este mascarado na forma de gritos raivosos ou delicadeza fina no trato.
É...
Dolores O' Riordan tem o dom de ser várias e ser uma só ao mesmo tempo. Sua atitude e postura intempestiva nunca lhe trai: em todos os momentos, bons ou ruins, ela não muda. Ela tem formas interessantes de manifestar aquilo o que é e que não muda, só modifica a forma de se apresentar. Ela sempre vai ter um discurso pronto e eficaz a favor de causas que julga importante, e toda vez irá falar do amor e de seus relacionamentos de forma discursiva em suas letras, mas tudo isso pode aparecer como balada romântica ou como rock puro, da melhor qualidade.
Ela é a alma do grupo The Cranberries desde 1990, e pelo que ouvi falar, sempre atuou como a cabeça do grupo – o que lhe gerou grandes desentendimentos e até boatos de que seria expulsa. Na parada da banda, após o álbum Wake Up And Smell The Coffee, em 2001, eu imaginei que a mesma tinha se desfeito por conta de atritos ocasionados por Dolores, mas para minha surpresa, aparece nesse 2009 a banda reunida novamente, e, pasmem, com shows acontecendo nesse exato momento aqui no Brasil! Uma notícia musical que muito me agradou.
Dodô (apelido íntimo dado por mim) me conquistou pela MTV mesmo, nos Cranberries, com a música Linger (do primeiro disco da banda), um dos melhores singles lançados na década de 90. Prossegue a banda com “No Need To Argue” que figura sem dúvidas dentre os álbuns da minha vida, muito triste, melancólico e super melódico Os acordes eram perfeitos e Dolores estava no auge, com sua amargura sendo perfeitamente traduzida naquelas músicas. Passaram pelo quase despercebido “To The Faithful Departed’, que eu adoro, mas reconheço que é mais fraco em comparação aos demais até chegarem no Pop “Bury The Hatched”, outro excelente álbum na minha opinião.
Após a pausa, Dolores lançou seu disco solo em 2007, o que comprovou minha teoria de sempre: ela sempre foi a alma dos Cranberries. Quem ouviu seu disco percebe que ele poderia muito bem passar por um novo álbum da banda. Mas eu acho que eles juntos dão a sensação de artistas completos e to ansiosíssimo e ávido por novos álbuns.
Voltando a falar da mesma: eu achei uma puta injustiça o que fizeram com ela, colocando-a em 4º lugar no TOP TOP MTV de piores vocalistas. É coisa de gente que não entende a potência vocal ensurdecedora e aguda da minha gralha favorita. Como não destacar as dancinhas nas músicas? Outra marca registrada de Dodô.
O mundo Pop está repleto hoje de artistas com o corpo em evidência em detrimento de qualidade musical ou talento na composição e interpretação. Dolores sempre foi uma das minhas ídolas de adolescência, teve uma participação muito efetiva na minha formação por conta da minha identificação absoluta com seu modo de se traduzir ou expressar. Musa, absoluta!





Eu estou tentando me controlar
Então por favor, não fique no meu caminho
Eu esperei por um longo tempo
Isso é o que eu quiz no meu caminho

Afaste-se! Afaste-se!
Tem um clímax vindo em meu caminho
Afaste-se! Afaste-se!
Tem um clímax vindo em meu caminho

Eu não gosto de você, não se comprometa
Despedaçada pela sua fraqueza
Despadaçada pelo seu sorriso
Eu não gosto muito de você, e de suas mentiras
Despedaçada pela sua fraqueza
Despedaçada pelo seu sorriso

Todas as crianças estão indo para a escola.
O verão acabou, é a regra de ouro
E agora estou saindo para jogar
Então, por favor, não fique no meu caminho
E tudo o que pareceu uma vez ser
Tão importante pra mim
Parece tão insignificante agora que eu posso ver.

1999 - THE CRANBERRIES - Shattered






E você está sempre certo e é meu, você é tão perfeito
Aceito você como você é, ter você como você é, aceito você como você é

Eu amo você simplesmente do jeito que você é
Eu terei você simplesmente do jeito que você é
Eu possuirei você simplesmente do jeito que você é

2003 - THE CRANBERRIES - Stars






Infelicidade havia quando eu era jovem e nós não dávamos importância
Porque nós fomos educados para ver a vida como diversão e levá-la se pudermos
Minha mãe, minha mãe, ela me abraça, ela me abraçou quando eu estava lá fora?
Meu pai, meu pai, ele gostava de mim, oh, ele gostava de mim, alguém se importa?

Entenda no que eu me tornei, esse não era meu projeto
E pessoas de todo lugar pensam alguma coisa melhor do que eu sou
Mas eu sinto sua falta, eu sinto falta
Porque eu gostava disso, porque eu gostava disso quando eu estava lá fora
Você percebe? Você sabe?
Você não me encontrou, você não encontrou
Alguém se importa?
Alguém se importa?
Alguém se importa?
Alguém se importa?


1994 - THE CRANBERRIES - Ode To My Family



TH - Eu sempre vou me importar, Dodô! ;)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

THE CAT'S MEOW!


Esses lindinhos animais que andam na ponta dos dedos, que são delicados na maneira de se limparem tomando "banho de língua" e com aquele olhar que é mesmo uma perdição de fofura e meiguice serão os nossos companheiros aqui no ETHos nessa próxima temporada.
Falem sério: mesmo quem não gosta dos bichanos, não dá vontade de sorrir ao vê-los todos os dias aqui, espalhados por todos os cantos do blogue? Os felinos não são dos animais mais queridos como os cães, eu tenho plena consciência disso, e também de que eu sou um dos poucos que os amam quase incondicionalmente - percepção certeiríssima do meu webdesigner ao eleger o novo tema daqui. Ainda assim, esses fofuchos curiosos, independentes e que se metem em cada confusão são queridos e nos farão companhia aqui - tornando nossa vida mais alegre e divertida!
Quem sabe não é um sinal para que eu escreva, a partir de agora, posts mais felizes e bem humorados!


TH - Miau pra vocês também! ;)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O IMBATÍVEL TEMPO E SEUS CICLOS


Num mês em que um simples evento dá brecha pra que os pensamentos de TH se desdobrem, como não matutar acerca do que o tempo faz conosco?
Observando meus primos na última semana, em partidas de videogame, saídas turísticas ou nas horas e horas de prosa, ambos (Giovanni e Rafael, este último do Espírito Santo, passando férias cá) me mostraram que seus respectivos ciclos foram mais do que coerentes. Eles se aprimoraram, preservaram suas essências e venceram num dos campos mais críticos de nossa vida: o profissional. E o fizeram acertadamente, pois não se “venderam”: havia algo em suas infâncias que determinava o que eles seriam. E caminharam magistralmente nesse sentido.
É só olhar: Rafael sempre teve um comportamento mais calmo, filosófico e profundo quando pequeno. Era uma criança mais séria...nada mais adequado do que se tornar um sociólogo com uma bem estruturada carreira na educação estatal.
Giovanni sempre foi profundo conhecedor de tudo o que era eletrônico: ele sempre demonstrou interesse em máquinas, computadores, carros, aparelhos de última geração. Era batata acertar que ele seria um inovador da informática e consegue se impor num mercado tão competitivo e que requer muito talento e atualização.
Já que estou jogando na minha própria cara trajetórias de pessoas conhecidas, falemos mais da família: A Alê sempre demonstrou, desde pequena, interesse em ajudar as pessoas. Seu gênio forte já dava mostras de que pularia todos os obstáculos para ajudar as pessoas. Essa gentileza era comprada com muita briga e altivez – era a defensora dos fracos e oprimidos da rua. Dotada de uma inteligência quase sobrehumana, eu não enxergava outro caminho seu que não fosse a Medicina, à qual se agarra com unhas e dentes, tornando-se uma profissional hiper realizada e competente. O mesmo falo do meu irmão que tem sua falta de cultura descontada em sua grande inteligência para ciências exatas, facilidades com Matemática e Física, que lhe rendeu um bom tempo como professor particular e uma bem sucedida passagem pela tão complicada faculdade de Engenharia.
E indo mais adiante, meus pais: dois profissionais do campo da Agronomia, bem competentes no que fazem, e meu parâmetro profissional maior sempre será minha própria mãe. Com interesse em Meio Ambiente, ela consegue e muito bem cumular mais e mais trabalhos, compensando sua falta em outros campos (no campo fraterno, por exemplo) sendo uma exímia e talentosa trabalhadora.
Por que todos os exemplos citados? Pois analisei todo o progresso de cada um e percebi que todos têm algo em comum: não se traíram. Perseguiram suas sagas, apenas concretizaram o que lhes era devido ser. Foram sinceros consigo mesmos. E eis a conclusão mais esperada do texto: diferente do que eu fui.
Não sou um advogado. Nunca seria. Sequer deveria ter passado pela ciência jurídica. Não sou bom no que faço, e tive que aprender a gostar do ramo durante a faculdade pra não retroceder ante uma escolha equivocada. Mas ainda assim foi uma escolha, e arcar com ela até o fim seria meu dever. Por isso jamais voltei atrás. Formei-me. Advoguei por um bom tempo, tentei concursos...mas agora eu percebo que é totalmente verdade a máxima de “trabalhar com prazer” tão dita por todo mundo. É só olhar pros exemplos supracitados. Eu fico me perguntando: no cursinho no qual eu trabalho, eu vejo diariamente pessoas se matando de tanto estudar pra passar em cargos de concursos públicos que sequer imaginam se gostarão. Fazem por dinheiro. Busca por estabilidade econômica ou status social...
Eu fui bastante vulnerável ao ser dissuadido pela família sobre minha verdadeira vocação, que era ser jornalista. Pressão, essa é a palavra que mais se adéqua: “ser jornalista em Maceió é morrer de fome” “aqui só há corporativismo” “você tem que fazer Direito pois vai lhe dar mais dinheiro”. Sem dúvidas, pra alguém que, aos 17 anos, fraco de espírito e cursando a faculdade de Jornalismo, tais frases foram bem mais fortes, a ponto de me fazer largar a Universidade e adentra no campo jurídico. Um tiro no escuro. Um salto de paraquedas numa área que não tinha nada a ver comigo. Acredito que não tenho a arrogância, a sabedoria na base da enrolada ou o jogo de cintura de dar o ‘jeitinho brasileiro’ puxando saco de Juiz pra ajudar pessoas que na maior parte das vezes não reconhece ou mede seus esforços e lhe ridicularizam como se tudo fosse sua culpa. Sim, são eles, os insuportáveis clientes.
Certo. Era meu dever arcar com o ônus de uma escolha mal sucedida, no entanto até quando? Já estou há 4 anos formado e a sensação de tudo o que tento no campo profissional dá certo por um curto período, e depois desanda. Seria esse o resultado de não sentir prazer em trabalhar? Está na hora, mais do que na hora, de escolher algo com o qual verdadeiramente me identifique algo que seja meu, que me faça feliz apenas por fazer. Eu sei que vou ter que depender do mundo jurídico pra sobreviver até que eu possa alcançar esse objetivo ainda não definido, mas eu vou seguir as sábias palavras de uma pessoa amiga: se o mundo jurídico usa as pessoas, porque eu não posso usá-lo também? Querendo ou não, é o mais amplo, o que abre o maior procedente de possibilidades e oportunidades, e vou usá-lo completamente ao meu favor de escada pra resistir até chegar lá.
Eu sei o que gosto de fazer, e sei também que é um árduo caminho até chegar lá, mas...quem tem medo? Eu não sou mais o que chora e lamenta uma escolha má feita. Eu sou aquele que arca com sua conseqüência e procura novos caminhos pra navegar. A gente sempre acha o que procurar e lugares de busca, estão mais óbvios do que pensamos...
E a linha do horizonte nunca deve ser um ponto de fuga...


TH - Reflexões de verão

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

domingo, 17 de janeiro de 2010

TH NEWS FLASHES XXI [Lealdade acima de tudo!]



Há coisas na vida que devem mesmo ser "nonsenses". Não precisam fazer sentido pra que a gente entenda.
Mas outras...
Não dá MESMO!
Falta de lealdade é a maior delas...
Em meio à essa aparente ínfima vidinha minha, eu não desestruturo nenhum centímetro quando se fala em princípios pessoais. E ser leal, no sentido mais leônico e amplo que existe, é um dos maiores!
Sou do tipo que compra briga de amigo. Já fui bem menos atuante, claro, já procurei entender os dois lados da moeda num entrave, mas se há algo que aprendi é que não se deve abandonar o amigo no meio de campo. Parente próxima da confiança, a lealdade numa amizade é como uma rocha - transmite segurança e apresenta solidez quase imutável. Oferece luz, irradia e faz mais clara e visível todo e qualquer tipo de relação.
Hoje não pestanejo nadinha quando vejo que alguém está fazendo mal a uma pessoa que eu amo. Pode ser o menor comentário feito, mas eu avanço com unhas e dentes em sua defesa. Mas voltando a usar uma moeda como exemplo, é do tipo que a gente espera em troca. Não existe lealdade unilateral...e percebo que se tornou, muito infelizmente, uma virtude esquecida e cada vez mais rara às pessoas.
O que prevalece é o interesse...
A lealdade desinteressada, genuína e de graça perdeu todo seu valor.
Seja nas relações familiares, amorosas, de amizade...
Virou artigo de luxo!
O que mais existe, agora, são as decepções. Cada vez maiores. Doloridas. Que deixam marcas. Claro que as decepções advém de excesso de confiança outrora dispensado. Antes de culpar o "decepcionante", que tal nos autoanalisarmos e concluirmos que somos os verdadeiros vilões de nós mesmos? Nós que não selecionamos bem, nós que não filtramos adequadamente quem deve ter acesso à nossas particularidades e intimidades....
Não posso negar que cresci o triplo desde que entendi que é assim que as coisas funcionam na vida. É um jogo, com as peças mais claras possíveis, mas com a ação inteiramente conduzida pelas regras que eu até então não dominava...
Não posso dizer que perdi a fé nas pessoas pois não é verdade. Continuo acreditando. Não seria o já conhecido TH de vocês se não o fizesse, entretanto suscetível de mudanças benéficas e proveitosas. Reavaliar meus contatos é um dos lemas que venho seguindo (deletar o Orkut foi meu primeiro grande passo). Ainda assim, eu sou feliz e agradeço por ter gente de bem comigo, que é capaz de caminhar junto, de procurar saber como foi meu dia apenas por saber...
Pouquinhas, mas tenho!
Recordo que, numa redação da 4ª série, intitulada "História da Minha Vida", eu impressionei minha professora ao disparar, aos 8 anos, que não tinha muitos amigos. Tinha poucos, mas especiais. Anos e zilhões de contatos depois eu entendo que tá na hora de regressar à minha origem e cuidar verdadeiramente dos 'poucos" e "especiais" que me são tão necessários e leais nesse momento. E saber que muitos que se diziam dessa forma, decididamente, não são!
Quem tem pessoas de verdade do lado, preservem-nas. Mantenham-nas Cubram-nas com um cobertor bem aquecido, cuidem-nas como quem cultiva uma relação novinha em folha, não as deixem ir embora e aproveitem-nas, pois estão em extinção....
E por envenenamento!


TH - Leal, sobretudo, a si mesmo!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

2010: VAMOS COMEÇAR A COLHER?


Eu já comecei e esse início se deu nas últimas semanas de 2009, em Sampa.
Ao menos no ponto de vista afetivo: descobri que passei pelos melhores dias do meu relacionamento. Dias definidores e definitivos. Dias em que, dessa vez, houve a certeza de que não houve uma despedida. Houve uma breve pausa, temporária, por não ter condições ainda de estar lá, mas nada de sensação de adeus. Tivemos momentos conturbados, claro, onde nos conhecemos em nosso íntimo como nunca; em nossos pormenores, defeitos, inseguranças, imaturidades, mas sobretudo, nossa real tentativa de crescer e nos tornarmos pessoas melhores. E juntos. É meus caros, engana-se quem acha que a gente só ama em meio a borboletas voando, sininhos tocando e nos períodos onde tudo aparenta estar feliz e radiante. A gente ama é no caos. Amamos quando, diante de uma briga, notamos que o sentimento que nos une é muito maior, e que otimizaremos nossa relação diante de tudo - e de todos que um dia nos desejaram mal e tentaram nos separar. Brigamos, reconciliamos. Discutimos, repensamos, pedimos perdão. Expresso, tácito, disfarçado de tórridas trocas carnais, declarações piegas mas sinceras, reencontro de crianças com tudo aquilo que lhes divertiam quando pequenas e principalmente: a felicidade de acordar no dia seguinte com o "bom dia' mais lindo e acolhedor que possa existir. Depois da tempestade vem a calmaria. E um pouco de amor agitadinho também! ;)
Deixo um pouco de suas palavras pra ratificar:

"Diferenças? Abençoadas sejam! Porque enquanto houver diferença há MOEDA DE TROCA! Quando as diferenças acabam, as coisas tendem a cair num marasmo infinito e não estamos dispostos a rumar nosso barco nessa direção.
Há uma "química" que mantém os opostos quase selvagemente conectados. E, por outro lado, há também a parcela de gostos/interesses comuns que nos garantem momentos ÚNICOS de carinho, companhia e encantamento."

Não existe nada mais feliz do que saber que somos o "principal" da vida de alguém e que temos tudo isso por conquista própria. Claro, à base de muita dor e de uma montanha russa de altos e baixos, mas nossa corda está bem firme e suturada, com todos os reforços necessários, fazendo com que nosso futuro esteja mais do que certo!
Ainda nesse início de ano eu recebi um grande baque no ponto de vista profissional - mas antes de tudo desafiador - eu precisei daquilo pra saber que o caminho não é nada fácil, que vou ter que me sobressair diante de meus próprios fantasmas, de minha falta de segurança pessoal. Nada mais justo passar por um perrengue assim logo nesse comecinho de ano pra me chacolhar.
Lembrem-se que 2009 foi o ano do resgate da fé. E ela está do meu lado. PRA SEMPRE!
Aguardemos, pois, as próximas emoções que a temporada 2010 nos reserva. Sinto excelentes vibrações vindas nesse aninho!
Let's Get Start!


TH - Dando a partida!